Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Estadão: deputado tucano teria intimidado Janot para livrar Aécio

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Congressistas do PSDB disseram ao jornal O Estado de S. Paulo (7/3) que um de seus deputados federais foi até Rodrigo Janot, procurador-geral da República, assim que se soube que o doleiro Alberto Yousseff havia denunciado o senador Aécio Neves em uma de suas delações.
Segundo o termo de delação número 20, feito por Yousseff ainda no final do ano passado, o doleiro descreveu um esquema na estatal Furnas Centrais Elétricas que garantia o recebimento de propina pelo PSDB e pelo Partido Progressista.

O Estadão informou que um deputado federal funcionou como emissário para passar um duro 'recado' a Janot: a delação de Youssef contra Aécio deveria ser considerada como denúncia vazia, pois isso seria inaceitável para alguém que teve 53 milhões de votos.
Então é para isso que servem os votos dados a Aécio? Para intimidar o procurador-geral quando se tem alguma denúncia contra o PSDB?

Chamar a isso de 'recado' é eufemismo. Janot foi é intimidado por um capanga do PSDB que não sabe se portar como parlamentar. O caso deveria ensejar apuração, requerimentos de informação ao procurador-geral e processo por quebra de decoro contra o deputado.

Por sua vez, Janot, como qualquer autoridade da República, está sob as obrigações da Lei de Acesso às Informações. Tem o dever de divulgar publicamente sua agenda e de relatar qualquer encontro que seja objeto de questionamentos que digam respeito à sua função.
O povo brasileiro tem o direito de saber quem do PSDB foi ao procurador-geral para intimidá-lo e o exato teor das conversas havidas. Mais ainda se houve algum acordo.

A preocupação não é só com a figura de Janot, mas com a condição do Ministério Público Federal, que é um órgão da República que não pode se acovardar nem se render a qualquer tipo de barganha.

Janot é candidato a permanecer no cargo de Procurador-Geral do Ministério Público. Sua recondução obrigatoriamente passa pelo Senado, conforme manda a Constituição. Além da intimidação, se outros fatores pesaram em sua decisão, ele terá que dar satisfações.

Aécio está tão enrolado nas delações de Youssef quanto seu correligionário Antonio Anastasia, que está citado no inquérito e não recebeu a mesma graça do arquivamento. O capanga deve ter se esquecido de defendê-lo com a mesma empáfia.

O Estadão notoriamente é aliado do governador Geraldo Alckmin na disputa contra Aécio Neves pela candidatura tucana à disputa presidencial de 2018. Pouco importa.

O que realmente importa é a verdade e que ninguém, mesmo um parlamentar, ainda que seja um deputado que acha que pode tudo, pode intimidar o Ministério Público e ficar por isso mesmo.

Ainda mais importante é que procurador-geral da República que se preze não se deixa intimidar e nem barganha lugares em sua engaveta para esconder malfeitos de quem quer que seja.
(Antônio Lassance/ via ContrapontoPIG)

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