Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Os calotes da "realeza"

Todo mundo sabe, no Pará, que o Grupo Liberal, afiliado da Rede Globo, sempre foi entusiasta da privatização das Centrais Elétricas do Pará, apoiando integralmente o governo tucano que operou essa medida em seu primeiro mandato. Portanto, a campanha sistemática contra a atual distribuidora de energia elétrica paraense, feita por essa mídia que se acha liberal, soa estranha na medida em que os queixosos de hoje foram os arautos de ontem da tenebrosa transação privata.

Como bem mostrou o jornalista Lúcio Flávio Pinto, os motivos nada edificantes que deram ensejo a tal campanha originam-se na tentativa de calote milionário do presidente daquele grupo midiático que, por sentir-se acima dos mortais, também sente-se desobrigado de pagar suas contas de energia elétrica, escudando na chantagem o calote que tenta impor na marra.

Como a atual distribuidora está há menos de um ano prestando esse serviço e a dívida liberal, segundo Lúcio, encontra-se na casa dos R$20 milhões. Logo, é certo que a distribuidora anterior, aquela que comprou a preço vil a ex-estatal paraense, não cobrava as contas desse consumidor, talvez como cortesia pela excessiva bonomia com os desmandos que marcaram aquela que saiu daqui corrida, depois de ser classificada pela ANEEL como a pior distribuidora do país.

Claro que nunca botarei minha mão no fogo pela atual empresa encarregada do serviço, pois, como pessoa jurídica de caráter privado, voltada predominantemente pra auferir lucros, sempre tenderá a deixar o interesse da sociedade em segundo plano, coisa que os tucanos ignoraram cinicamente ao vender a Celpa.

Porém, ao cumprir seu dever de cobrar de todos aqueles que usufruem desse bem produzido às custas de investimento público a atual distribuidora merece os elogios pertinentes, ficando claro que a execração pública que lhe dispensa o citado grupo midiático constitui-se atitude tão deplorável quanto o trambique que esse mesmo grupo tenta dar na empresa, principalmente porque impõe aos consumidores mais modestos a tarefa de pagar seus débitos milionários, algo que não se coaduna com as obrigações individuais de quem vive em um país sob regime republicano.


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