O equipamento custou cerca de R$ 160 milhões, custo rateado ao meio pelas agências espaciais do Brasil (AEB) e China (Cast). O lançamento, por meio do foguete Longa Marcha 4B, vive dias de contagem regressiva na base de Taiyuan, na China, a 760 quilômetros de Pequim.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informou à Agência PT de Notícias, nesta segunda-feira (1º), que equipes de cientistas dos dois países realizam os últimos preparativos para a operação que vai colocar o quinto satélite do Programa CBERS (da sigla em inglês Satélite Sino-brasileiro de Recursos Terrestres) no espaço.
Mais de 20 cientistas brasileiros participaram nos últimos meses dos procedimentos de integração e montagem dos sistemas brasileiros agregados ao equipamento espacial. Desses especialistas, cerca de dez permanecem na China para execução das tarefas relativas ao lançamento, segundo a AEB.
O centro brasileiro de operações do satélite, localizado em São José dos Campos, vive a expectativa de o lançamento ser transmitido em tempo real pela internet, disponibilizando o áudio do procedimento à sala de controle no interior paulista e aos internautas brasileiros.
Um engenheiro aerospacial brasileiro, instalado na sala de controle na China, fará a locução em português para o Inpe. Segundo a assessoria de imprensa do Inpe, é possível que seja viabilizada a transmissão do áudio também pela página do instituto.
Um link foi construído pelo portal do Inpe especialmente para que o público participe do processo de lançamento. Ele dispõe de vídeos, infográficos animados e imagens produzidas para ilustrar a saga espacial brasileira via web.
Parceria - O satélite binacional é fruto de uma parceria entre Brasil e China formalizada no final da década de oitenta, com custo inicialmente estimado em mais de US$ 300 milhões (mais de R$ 750 milhões pelas cotações atuais do dólar), sendo 30% do Brasil e os demais 70%, da China.
Para as agências, a união entre os dois países é um esforço bilateral para derrubar as barreiras que impedem o desenvolvimento e a transferência de tecnologias sensíveis impostas pelos países desenvolvidos.
O projeto tinha como meta lançar apenas dois satélites, além de buscar solucionar a dependência estrangeira de imagens geradas exclusivamente pelos países desenvolvidos. De lá para cá, os termos do contrato foram revistos e os países resolveram ampliar o programa com dois novos satélites, somando quatro veículos espaciais ao todo.
Por questões estratégicas Brasil e China acabaram, no entanto, definindo pelo lançamento de mais um satélite (o 2-B), em 2007, depois o 3 e 4. Desde 2010 o 2-B deixou de gerar imagens. O lançamento do quarto (o CBERS 3) ocorreu em 9 de dezembro de 2013.
Uma falha no veículo lançador resultou na reentrada do equipamento na atmosfera terrestre. Isso obrigou os países a anteciparem em um ano o cronograma de um quinto, que se concretiza agora, um ano antes do que foi inicialmente previsto (dezembro de 2015).
(Agência PT)
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