No capitulo de ontem de “Império”, a Globo honra sua fama indigesta de não dar ponto sem nó.
– Cena 1: Um grupo de pessoas ocupou um sobrado que há anos estava abandonado e agora havia sido comprado por um morador do bairro. O responsável por falar pelo grupo se referia a eles como “comunidade”, “o povo”. Um dos integrantes do tal “povo” levava na cabeça um boné vermelho. Quando o responsável disse ao dono que iria consultar com seu “povo” a opinião deles sobre a desocupação, o dono do sobrado diz que este negócio de consulta comunitária é coisa estudantil. Em um momento, o responsável trata o proprietário de companheiro e este responde que ele pode ser tudo menos seu companheiro.
A conversa termina com o responsável dizendo que propriedade não existe e que aquele sobrado era “do povo”. Na imagem que se segue “o povo” vibra com a “vitória” e o proprietário avisa que é na justiça que tudo será resolvido.
– Cena 2: O mordomo pergunta à patroa se vai ceder à “chantagem” de uma suburbana que perdeu o irmão atropelado pelo filho desta patroa. A patroa responde que é sempre bom ajudar os humildes pois nunca se sabe quem será o próximo presidente da República.
– Cena 3: Vizinhos do tal sobrado aparecem dando sua opinião sobre a ocupação. Todos eles “pobres” mas com discursos meritocráticos. Um deles que era catador de papelão diz que acha um absurdo, já que ele também era morador de rua e nem por isso invadia propriedades. Este hoje trabalha na “Imperio” merecidamente, por sua honestidade, já que ainda pobre, devolveu um anel valiosissimo que encontrou no lixo, às maos do dono. De 7 “semelhantes”, apenas uma cabeleireira,questionava o fato de que aquelas pessoas precisavam de lugar para viver e que o dono daquele sobrado tinha muitíssimas propriedades. Os outros 6 estavam seguros de que “o povo” era vagabundo. E que o proprietário tinha tantas casas porque mereceu, por seu esforço e mérito, nao cairam do ceú…
Recado dado, “seus bolivarianos”?
PS do Viomundo: A Globo fazer uma novela batizada de “Império” é, em si, uma piada pronta. Chamem o Zé Simão…
(por Manuella Surette Perdigão, via Facebook/Viomundo)
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