Jorge Paz Amorim

Minha foto
Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

É a compra de votos, estúpido!


Segundo dados do Ministério Público do Pará, divulgados ontem pelo Diário do Pará, de 1 a 13 do mês de outubro último, Simão Lorota distribuiu R$10.212.700,00 em cheques-moradia, quantia superior a distribuída nos meses anteriores cheios e mais distantes da eleição, comprovando que um programa de governo virou compra acintosa de votos na Região Metropolitana de Belém, nas barbas das autoridades que comandaram a eleição.

Estima-se que mais de 30 mil famílias foram atendidas somente durante este ano, um número quatro vezes maior do que a meta estabelecida pela própria Companhia de Habitação do Estado do Pará(COHAB), prevista em 7.500 atendimentos na proposta orçamentária. Como não há, na  referida matéria do jornal, qualquer informação a respeito de uma outra ação do governo do estado também altamente suspeita, o mal cheiroso cheque cidadão, fica difícil contabilizar concretamente o tamanho do peso dessa "compra" no 2º turno, no entanto, apesar dessa lacuna, ainda assim o caminho da fraude mostra-se muito bem delineado. Afinal, faltaram apenas 8.500 votos pra Helder decidir a parada no primeiro turno, e a derrota no segundo por mais de 180 mil votos de diferença tem indícios de que se deram por motivos nada idôneos.

Basta atentar para o tamanho do envolvimento do eleitor com a obrigação de votar em Simão. Enquanto nas demais cidades o índice de abstenção ficou na casa dos 26%; em Ananindeua, por exemplo, esse percentual caiu para 11%. Como nos tempos em que o candidato rasgava uma nota de R$10,00 dava a metade pro eleitor e deixava pra entregar a outra metade caso fosse eleito, no caso do cheque-moradia a COHAB cadastrou desvairadamente e sem qualquer critério. Ao atingir o número que calculava para vencer o jogo eleitoral, parou de distribuir dinheiro e adiou essa promessa pra depois das eleições. Agora, já eleito, Simão determina que a suspensão vá até março de 2015. Daí pro calote é um passo.

De qualquer modo, é provável que Jatene entre para o rol daqueles governantes que exercem o mandato sob a sombra da espada da justiça, um mandato feito de idas e vindas na justiça eleitoral a partir do uso de todos os recursos disponíveis aos contendores. Se livre, leve e solto já é um governante néscio; imagina atormentado pelo risco de cassação por compra de votos.

Não por acaso, já tirou aquela que deve ser a última licença deste ano. A partir da posse, em primeiro de janeiro, certamente virá outro período de descanso. Terá tempo pra bater seu próprio recorde?

Nenhum comentário: