Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

A atuação do goleiro mexicano não pode ser álibi pro nosso futebol medíocre


Não me incluo entre os que acham ter sido a vitória do Brasil ontem(17), diante do México, impedida pelo goleiro Ochoa. Fora a cabeçada no Neymar no primeiro tempo, em que o arqueiro adversário fez uma defesa à la Gordon Banks, as outras intervenções foram muito mais em função da imperícia nas finalizações. Thiago Silva, por exemplo, tinha os dois cantos pra escolher, mas cabeceou no meio do gol, em cima do goleiro, da linha da pequena área. O mesmo Neymar chutou de pé esquerdo em cima do goleiro e no rebote, em vez de tocar atrás pra quem vinha chegando, preferiu tentar um drible impossível naquelas condições e perdeu a bola.

Também acho estranho essa balela de que o Brasil não sabe jogar com o México. Me parece muito mais comodismo do que disposição pra avaliar o contexto de cada jogo. Ontem não foi diferente. Preferiram, desde o Felipão, passando pelos jogadores e chegando até os especialistas, exaltar as qualidades dos mexicanos e de seu goleiro como os principais motivos do empate.

Papo furado. Esse time de agora é pior do que aquele que eles trouxeram pra Copa das Confederações(Brasil 2X0 naquele jogo) e só está na Copa porque os EUA, mesmo classificado, venceu de virada o Panamá nos dois minutos finais do jogo e deu aos mexicanos a vaga de mão beijada. Na temporada pré copa, levaram de 3X0 de Portugal, dentro de casa; e perderam de 1X0 pra Bósnia, também em terreno mexicano. Mesmo com a imprensa brasileira exaltando a vitória na estreia sobre os camaroneses, ficou patente que a superioridade azteca decorreu à sua adaptação ao  gramado encharcado da Arena das Dunas.

Ontem, era clara a proposta de um time que se sabia franco atirador, só não podia era perder de muito. Contou com a inoperância brasileira pra conseguir um excelente resultado. Mais uma vez, Paulinho, Daniel Alves e Fred foram figuras nulas no time brasileiro. Embora o Felipão tenha optado por tirar o Ramires até que este vinha bem e sua substituição pode ser justificada por ter levado um cartão amarelo. No entanto, contra a Croácia o Luis Gustavo(cracaço) também levou cartão ainda no primeiro tempo e não foi substituído, levando a crer que as preferências de Felipão por alguns jogadores excede aos seus desempenhos.

Infelizmente, desconfio que agora qualquer inclusão que se faça do Brasil no rol dos favoritos ao título se dê levando muito mais em conta o fator campo do que o futebol até aqui apresentado. Falta ao time a dinâmica verificada na Copa das Confederações, naquele momento fruto de um miolo de zaga firme, indo até um meio de campo onde um tudo funcionava muito bem, sendo Paulinho, funcionava o elemento surpresa que desnorteava os adversários e deixava sempre o nosso ataque bem abastecido. Sem essa alternativa e sem outra qualquer que a substitua, o Brasil revive a mesmice do time olímpico e pinta em cores fortes a possibilidade da perda de um título que parecia estar muito bem encaminhada sua conquista. Pior. Sem o risco de um novo 'maracanazo' na medida em que as chances de nem chegar a final são muito fortes. Tomara que não!

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