A indiferença é a marca do continuísmo nefasto.

É indisfarçável o desinteresse do atual prefeito de Belém, como foi o de seu antecessor, em aderir ao 'ProInfância-PAC2, há quatro anos ignorado pela PMB, do Ministério da Educação, desperdiçando com isso a possibilidade de dotar a população belenense de 79 creches com capacidade de atendimento de crianças de quatro meses a seis anos.
A desculpa da dificuldade na aquisição dos terrenos, apresentada pela SEMEC, não pode ser levada em conta como algo sério, pois se trata de descaso, chegando às raias do deboche com aquilo que é tão importante, dada uma população que apresenta uma característica singular. Nossa capital é a que apresenta o maior número de mulheres chefas de família, dentre todas as capitais brasileiras, e um programa desses é primordial para que se inicie de forma civilizada a inserção social de milhares de crianças, assim com permitir que as mães dessas crianças cumpram suas respectivas jornadas de trabalho com tranquilidade para apresentar um bom rendimento.
Chama a atenção, ainda, a facilidade com que o alcaide se interessa por imóveis caríssimos de particulares, incorporando-os ao patrimônio público, muitas vezes até sem necessidade, como é o caso da sede da SESMA ali na travessa do Chaco, bem como a obsessão pela compra de um imóvel abandonado, pertencente aos proprietários do hospital Porto Dias.
Em ambos os casos, salta aos olhos a transferência de recursos públicos a grupos privados sem que se verifique uma situação tão emergencial que justifique o gasto. O que se percebe é que com esses R$100 milhões que se pretende dar aos proprietários do Porto Dias seria possível construir um hospital de urgência e emergência em algum bairro mais afastado do centro da cidade, após análise da densidade populacional e carência dos serviços de saúde pública no bairro a ser escolhido; e nada justifica que a secretaria de saúde de Belém tivesse tanta urgência em alugar um prédio do Grupo Educacional Ipiranga pra fazer de sua sede.
Infelizmente, isso apenas traduz que tipo de prioridades o atual alcaide estabelece em sua gestão e para onde acha que deve canalizar os recursos públicos, algo que seria normal caso fosse explicitado com coragem e transparência em sua propaganda de candidato. Lamentavelmente não foi assim, o que acabou revelando ter sido a investidura no cargo a confirmação de um deplorável estelionato eleitoral praticado por Zenaldo Lorota Jr. Triste!