Um inquérito civil do MP-SP, aberto por Silvio Antonio Marques, promotor
de Justiça do Patrimônio Público e Social, já trata da omissão de Serra
na questão do cartel durante sua gestão, que durou de 2007 a 2010. No
documento, é apontado que o ex-governador sabia que as empresas do ramo
metroferroviário – dentre elas Alstom e Siemens – fraudaram licitações,
superfaturaram preços ofertados e pagaram propinas a funcionários
públicos.
Agora, Marcelo Milani vê indícios da participação do tucano na reforma
de duas composições da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
(CPTM), em 2008, baseado em depoimento do ex-diretor da Siemens Nelson
Branco Marchetti à Polícia Federal. O executivo afirma que o Serra lhe
disse, em uma feira na Holanda, que, caso a Siemens conseguisse na
Justiça desclassificar a empresa espanhola CAF em uma licitação de
compra de trens, cancelaria a concorrência, pois o preço da
multinacional alemã era 15% maior.
Milani, que declarou ter firmado opinião sobre os indícios da
participação do ex-governador no esquema, solicitou “uma investigação
mais aprofundada” ao procurador-geral de Justiça, Márcio Elias Rosa,
chefe do Ministério Público Estadual.
(RBA/A Justiceira de Esquerda)
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