O cineasta Eduardo Coutinho, assassinado no último dia 2, vai ser homenageado na noite de hoje (27) pela Anistia Internacional, com a exibição de um de seus filmes – o premiado Cabra Marcado para Morrer –
em sua sede, na Praça São Salvador. As senhas serão distribuídas às 19h
e o filme começará meia hora depois. Após a sessão, haverá um debate
com a professora Patricia Rebello da Silva, da Faculdade de Comunicação
da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
De caráter semidocumental, o filme mostra a vida de João Pedro
Teixeira, líder da Liga Camponesa da Galileia, na Paraíba, assassinado
em 1962, e reconstitui a trajetória de sua família após a morte dele. A
produção começou em 1964, mas foi interrompida com o golpe militar. As
filmagens foram retomadas 17 anos depois, quando foram tomados os
depoimentos dos camponeses ouvidos no início dos trabalhos e também da
viúva de João Pedro, Elisabeth Teixeira, que passou esse período vivendo
na clandestinidade e longe dos filhos.
Cabra Marcado para Morrer foi lançado em 1984 e recebeu 12
prêmios, entre eles os dos festivais de Berlim, do Novo Cinema
Latino-Americano de Havana, do Rio, do Cinema Brasileiro de Gramado e de
Cine Realidade de Paris.
Considerado o maior documentaristas brasileiro, Coutinho também
dirigiu produções para televisão e teatro e longas-metragens de ficção.
Nos anos 60 do século passado, teve contato com o Cinema Novo e integrou
o Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (CPC da
UNE). Entre seus filmes mais conhecidos, estão Edifício Master e Babilônia 2000.
(Agência Brasil)
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