Jorge Paz Amorim
- Na Ilharga
- Belém, Pará, Brazil
- Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
O dilema nada shakespeariano do PSB
Desconfio que o dilema pessebista vai muito além de ser ou não vice na chapa da reeleição do governador Geraldo Alckmin, em São Paulo. Trata-se, isto sim, de adequar a retórica eleitoral ao que sua base espera, principalmente a recém formada, sem perder seu perfil político progressista. Nesse sentido, o risco maior, como sempre ocorre nesses casos, é conciliar a competitividade com o combate ao risco de descaracterização.
O exemplo recente mais forte de descaracterização conhecido é o do PSDB que, saído da costela pemedebista como fuga daquele purgatório fisiológico no rumo do paraíso da higidez política, acabou confinado ao inferno que a diabólica sedução direitista o confinou. De fato, pra chegar ao poder deu um passo atrás e aliou-se com o segmento político mais reacionário existente, adotando seu discurso e prática e casando-se com as famílias detentoras do monopólio da informação, transformando esse passo em uma caminhada em marcha-ré que a está levando à desintegração. No início até dá certo na medida em que, como ocorreu com os tucanos, venceu as eleições, sonhou governar por vinte anos e lançou ao mercado político os mais bajulados gurus políticos dos últimos trinta anos. Todavia, do ponto de vista da disputa da hegemonia, jamais recobrou seu perfil inicial transformando-se definitivamente no mais legítimo representante da elite brasileira.
Assim, diante do quadro que a oposição pinta pro seu futuro político, já dá pra perceber que o PSB não será o 'viagra' dos tucanos, mas corre sério risco de cair na mesma armadilha e virar o PSDB amanhã, agravando-se esse risco quanto mais o PSB vira o queridinho da mídia tupiniquim.
Com efeito, afastar-se ou não do membro da Opus Dei, Geraldo Alckmin, em São Paulo, como exige a evangélica Marina Silva, representa um dilema menor diante da sedutora perspectiva de tornar-se o mais notório protagonista da oposição ao governo democrático/popular representado, por Lula e Dilma, sem virar refém da imensa disneylândia que o PIG quer trnsformar o país, o que o tornará como o quarto polo na linha sucessória que a direita brasileira estabelece nessa luta pelo controle poder político. Primeiro empurrando o PFL pra dentro da fortaleza tucana; depois, transformando os próprios tucanos em proprietários do cavalo que lhes doaram; e agora, esgotado o ciclo tucano, a questão central passa a ser: que destino o PSB quererá pra si.
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