Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

O desprendimento de Simão Lorota

Quem se deu ao trabalho de folhear a entrevista de Simão Lorota, domingo último(29), pode ler a promessa de desincompatibilizar-se do cargo, caso concorra a reeleição, visando abrir mão de sua vantagem evidente e concorrendo em igualdade de condições com os eventuais adversários. Enquanto promessa, é tão séria quanto foi o bilhete de Serra quando este candidatou-se à prefeitura paulistana e registrou em cartório que cumpriria integralmente seu mandato, depois mandou às favas suas promessas inconsequentes e foi ser droite no mundo.
No caso de Simão, diga-se a bem da verdade, ele sempre questionou o instituto da reeleição dentro das regras vigentes, apesar de nunca tenha aprofundado muito essa crítica, até por questões de lealdade partidária, afinal, ele sabe a depravação política que seu partido legou ao país com a compra de um segundo mandato pra FHC. Agora, posto nessa encruzilhada, em sua última aparição pública mais relevante declara que manterá seu comportamento de acordo com suas convicções.
Embora o folclore político apregoe que o ano no Brasil só se inicia após o fim do carnaval, desconfio que nesse caso a porca já começará a torcer o rabo antes, se é que já não começou. Do ponto de vista do marketing eleitoral, a jogada de Simão é perfeita: poderá jogar no peito do(s) adversário(s) que foi o único que teve coragem de abrir mão da máquina pública pra concorrer em igualdade de condições com seus adversários, algo que esse(s) adversário(s) não teve(tiveram) coragem de fazer, mesmo tendo tido a oportunidade.
Além disso, coloca a oposição em situação delicada caso esta queira questionar, por exemplo, a dinheirama previamente derramada na secretaria sob o comando de seu homem forte nessa eleição, Sidney Rosa, a fim de tocar o programa 'Municípios Verdes'. Como interpelar judicialmente alguém que aparentemente não concorreu para a existência de 'razões' milionárias que levem determinado gestor a encantar-se com projeto que beneficie alguém tão prenhe de desprendimento?
Ora, se no exercício do cargo e diante de denúncia tão grave, como foi o caso Cerpasa, Simão até hoje saboreia sua impunidade distraído, imagine fora do cargo, ainda que beneficiário de eventual ardil, aí sim é que não responderá por nada.
Resta saber se Helenílson Pontes(ou Trampolim) se comportará no cargo que lhe cairá no colo tal e qual aquele motorista coreano, cuja fidelidade e sisudez no exercício de sua profissão o impedia até de limpar os ombros ou olhar para trás, após ser vomitado pelo patrão dado a excessos em seus frequentes cultos a Baco. Se for, tudo bem. Se, não, então...tchan,tchantchan,tchan!

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