247 – O mais recente relatório da Moody’s, principal agência de risco do mundo, é um novo banho de água fria aos derrotistas. Na contramão de nações europeias de peso, o Brasil não será rebaixado em 2014, avisa o analista-sênior da Mauro Leos.
Segundo ele, se o desempenho no primeiro semestre apontar para crescimento anual de 2% e um superávit primário ao redor de 2% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme a expectativa da agência, não deverá haver mudanças na atual perspectiva estável do país.
Jornais tradicionais interpretaram a mensagem da Moody’s de forma negativa. Mas Leos deixa claro que Brasil segue no caminho certo rumo ao crescimento. "Nós acreditamos que o governo adotará uma postura diferente, o Banco Central já elevou a taxa de juros para 10 por cento e isso é uma mensagem importante para combate à inflação", disse.
Leia a matéria da Reuters sobre o assunto:
Por Tiago Pariz
Reuters - A agência de classificação de risco Moody's poderá rebaixar a perspectiva do rating do Brasil caso a economia e a política fiscal tenham desempenho abaixo das expectativas no primeiro semestre deste ano, disse nesta segunda-feira o analista-sênior da agência Mauro Leos.
Em entrevista à Reuters, Leos disse que se o desempenho no período apontar para crescimento anual de 2 por cento e um superávit primário ao redor de 2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), conforme a expectativa da agência, não deverá haver mudanças na atual perspectiva estável do país.
Sendo assim, a agência aguardará a mensagem do novo governo sobre a política econômica e fiscal, após as eleições presidenciais de outubro, para avaliar a nota brasileira.
Mas caso o desempenho econômico dos primeiros seis meses do ano fique aquém do esperado, a agência poderá fazer mudanças na perspectiva do país, pois entende que o crescimento da economia em 2015 do país estaria comprometido.
"Assim que tivermos os dados oficiais sobre a economia e o resultado fiscal dos primeiros seis meses, teremos uma ideia de como vai ser 2014", afirmou Leos.
"Se for como prevemos (o desempenho da atividade), vamos esperar as eleições e a mensagem do próximo governo. Se for mais fraco, vamos analisar para ver se faremos mudanças. Se for mais forte, não vamos fazer nada", acrescentou.
Em setembro de 2013, a Moody's alterou a perspectiva do Brasil de 'positiva' para 'estável', devido ao persistente baixo crescimento que interrompeu a melhora de vários indicadores econômicos e fiscais. Uma importante indicação de deterioração é a relação dívida/PIB, que caminha para 60 por cento, sendo que Moody's estima que possa chegar a 62 por cento em 2014.
"A trajetória que a dívida/PIB tomar influenciará fortemente a perspectiva do crédito soberano do Brasil", informou a agência nesta segunda-feira por meio do seu relatório "Análise de Crédito: Governo do Brasil", que é uma atualização anual para os mercados e não constitui ação de rating.
MUDANÇAS ADIANTE?
A Moody's avalia que o governo precisa adotar nova postura para garantir que 2015 não seja um ano com fraco crescimento econômico e frágil resultado fiscal.
"A questão é se o crescimento vai continuar baixo, o superávit primário fraco e a dívida vai permanecer alta em 2015", afirmou Leos. "Isso significará que o Brasil terá quatro anos de desempenho fraco", emendou.
"Nós acreditamos que o governo adotará uma postura diferente, o Banco Central já elevou a taxa de juros para 10 por cento e isso é uma mensagem importante para combate à inflação", afirmou.
Leos considera que está sendo feito algum tipo de progresso por parte da equipe econômica. Ele citou, por exemplo, as promessas de o Tesouro reduzir a injeção de recursos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de adotar uma política fiscal mais transparente.
"Se o governo fizer uma apresentação simples sobre o que será feito com o resultado primário, é uma mudança importante que vai contribuir para melhorar o sentimento", afirmou o analista-sênior da Moody's. "Mas é preciso fazer mudanças maiores que são mais difíceis de serem feitas", emendou.
A fragilidade dos resultados fiscais e a elevação da relação dívida/PIB tem levantado questões dentro do mercado sobre a possibilidade de rebaixamento da nota brasileira pelas agências de classificação de risco, mais ainda dentro da faixa de grau de investimento.
Segundo ele, se o desempenho no primeiro semestre apontar para crescimento anual de 2% e um superávit primário ao redor de 2% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme a expectativa da agência, não deverá haver mudanças na atual perspectiva estável do país.
Jornais tradicionais interpretaram a mensagem da Moody’s de forma negativa. Mas Leos deixa claro que Brasil segue no caminho certo rumo ao crescimento. "Nós acreditamos que o governo adotará uma postura diferente, o Banco Central já elevou a taxa de juros para 10 por cento e isso é uma mensagem importante para combate à inflação", disse.
Leia a matéria da Reuters sobre o assunto:
Por Tiago Pariz
Reuters - A agência de classificação de risco Moody's poderá rebaixar a perspectiva do rating do Brasil caso a economia e a política fiscal tenham desempenho abaixo das expectativas no primeiro semestre deste ano, disse nesta segunda-feira o analista-sênior da agência Mauro Leos.
Em entrevista à Reuters, Leos disse que se o desempenho no período apontar para crescimento anual de 2 por cento e um superávit primário ao redor de 2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), conforme a expectativa da agência, não deverá haver mudanças na atual perspectiva estável do país.
Sendo assim, a agência aguardará a mensagem do novo governo sobre a política econômica e fiscal, após as eleições presidenciais de outubro, para avaliar a nota brasileira.
Mas caso o desempenho econômico dos primeiros seis meses do ano fique aquém do esperado, a agência poderá fazer mudanças na perspectiva do país, pois entende que o crescimento da economia em 2015 do país estaria comprometido.
"Assim que tivermos os dados oficiais sobre a economia e o resultado fiscal dos primeiros seis meses, teremos uma ideia de como vai ser 2014", afirmou Leos.
"Se for como prevemos (o desempenho da atividade), vamos esperar as eleições e a mensagem do próximo governo. Se for mais fraco, vamos analisar para ver se faremos mudanças. Se for mais forte, não vamos fazer nada", acrescentou.
Em setembro de 2013, a Moody's alterou a perspectiva do Brasil de 'positiva' para 'estável', devido ao persistente baixo crescimento que interrompeu a melhora de vários indicadores econômicos e fiscais. Uma importante indicação de deterioração é a relação dívida/PIB, que caminha para 60 por cento, sendo que Moody's estima que possa chegar a 62 por cento em 2014.
"A trajetória que a dívida/PIB tomar influenciará fortemente a perspectiva do crédito soberano do Brasil", informou a agência nesta segunda-feira por meio do seu relatório "Análise de Crédito: Governo do Brasil", que é uma atualização anual para os mercados e não constitui ação de rating.
MUDANÇAS ADIANTE?
A Moody's avalia que o governo precisa adotar nova postura para garantir que 2015 não seja um ano com fraco crescimento econômico e frágil resultado fiscal.
"A questão é se o crescimento vai continuar baixo, o superávit primário fraco e a dívida vai permanecer alta em 2015", afirmou Leos. "Isso significará que o Brasil terá quatro anos de desempenho fraco", emendou.
"Nós acreditamos que o governo adotará uma postura diferente, o Banco Central já elevou a taxa de juros para 10 por cento e isso é uma mensagem importante para combate à inflação", afirmou.
Leos considera que está sendo feito algum tipo de progresso por parte da equipe econômica. Ele citou, por exemplo, as promessas de o Tesouro reduzir a injeção de recursos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de adotar uma política fiscal mais transparente.
"Se o governo fizer uma apresentação simples sobre o que será feito com o resultado primário, é uma mudança importante que vai contribuir para melhorar o sentimento", afirmou o analista-sênior da Moody's. "Mas é preciso fazer mudanças maiores que são mais difíceis de serem feitas", emendou.
A fragilidade dos resultados fiscais e a elevação da relação dívida/PIB tem levantado questões dentro do mercado sobre a possibilidade de rebaixamento da nota brasileira pelas agências de classificação de risco, mais ainda dentro da faixa de grau de investimento.
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