O fato da Previdência Social repassar mais recursos a 71% dos municípios brasileiros do que o Fundo de Participação dos Municípios, R$27,5 bilhões em São Paulo e oito vezes mais do que repassa o FPM a Belém e Ananindeua juntos, entre outros, conforme divulgado hoje nos meios de comunicação, é um indicativo de que o INSS, nesses onze anos de governos Lula/Dilma deixou para trás os tempos do déficit crônico da Previdência, herdados do consulado privata, passando a tratar aquele setor como um dos mais importantes da máquina governamental na medida em que seu papel fundamental no sustento de milhões de famílias também deixou de ser visto como um estorvo orçamentário.
Claro que a geração de quase 20 milhões de empregos nesse período em muito contribuiu pra isso, assim como a recuperação do poder aquisitivo do salário mínimo vigente no país, hoje acima dos U$300, responsável pelo aumento substancial no número de contribuintes e consequentemente do aumento da receita do INSS.
No entanto, a correta aplicação dos recursos parece ser a principal mola desse papel plenamente assumido após o PT chegar à presidência da República, embora a Constituição Federal de 1988 já determinasse ao estado brasileiro o cumprimento de certas obrigações sociais que eram sempre adiadas ou cumpridas de forma precária.
Não há milagres, não há fórmulas mágicas e muito menos a presença nefasta de salvadores da pátria e seu rosário de promessas de melhora da situação. Qualquer tentativa nesse sentido não passa de dissimulada pretensão de retorno ao passado, marcado pelo uso deletério de boa parte desses recursos e da retórica do déficit crônico quando, na verdade, trata-se de um setor do governo responsável por manter inserida na economia uma parte substancial da população brasileira, além da tranquilidade social que proporciona à vida de milhões de famílias. É mais um tabu neoliberal que foi quebrado e mais uma mentira desmascarada na medida em que quanto mais ela contribui com a melhora de vida da população, mais distante ela fica daquilo que os tecnocratas da privataria vaticinavam, sua morte por falência múltipla de seus orgãos.
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