Incrível! Até hoje a venda da Celpa nos assombra.

Depois de constar no topo da lista dos municípios mais violentos do país; de ter algumas das piores escolas conhecidas no Brasil; índices haitianos de IDH; e taxas de desmatamento na mesma proporção daquelas verificadas no velho oeste estadunidense, eis que o Pará aparece encabeçando mais um desses rankings que ninguém almeja: possui o maior número de famílias desprovidas do fornecimento de energia elétrica. Ao todo, o Ministério de Minas e Energia calcula que são 140,5 famílias, cerca de 565 mil paraenses a viver ainda hoje do mesmo jeito que viviam naquela vexatória situação que nos impôs o tristemente lembrado por isso, o ex-presidente FHC, em 2001, que tratou do assunto com raro senso de delinquência ao vender por bagatelas empresas estatais distribuidoras de energia a aventureiros que só pensavam em pilhar o Tesouro Nacional e o bolso do usuário.
Em dez anos, o programa do governo federal 'Luz Pra Todos' levou energia elétrica a 15 milhões de pessoas e dotou de fornecimento 99,5% de todos os lares brasileiros. Pois bem, desse meio por cento ainda desprovido metade se encontra no Pará. É verdade que o MME reconhece a dificuldade de acesso a certas áreas como o principal entrave pra expansão do programa em terras paraenses.
No entanto, essa explicação não é suficiente para que 8% da população do nosso estado seja privada de luz elétrica em um momento em que se está à beira de atingir os 100% no restante do país. Não podemos esquecer o quanto a privatização da Celpa foi nefasta aos interesses do estado e responsável por uma grande parte dessa calamidade, afinal, o Grupo Rede, que comprou do governo(tucano) paraense nossa estatal de energia era tão nefasta que descumpriu quase a totalidade das condicionantes que a habilitaram à vitória naquele malsinado leilão. E se não fosse o secretário estadual de Ciência e Tecnologia Maurílio Monteiro, durante o governo petista de Ana Júlia, denunciar o alto prejuízo que isso acarretava ao povo e ao nosso desenvolvimento econômico, talvez estivéssemos enfrentando uma situação até pior que essa, na medida em que os governantes tucanos que procederam a desastrada venda jamais iriam incomodar os donos da Rede, já que isso implicaria admitir o fracasso da tenebrosa transação.
A propósito, nessas horas o 'Mosca de Bolo', o senador e ex-detento não totalmente ressocializado Flexa Ribeiro, não aparece nas páginas daquele papelucho delinquente, tucano e reacionário que se diz liberal pra deitar deitar falação e transferir à responsabilidade do governo federal as malfeitorias tucanas feitas por essas bandas.