Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sábado, 30 de novembro de 2013

Simão, a lorota e o destempero

Quando se trata de indicadores negativos, o Pará está sempre em destaque. Segundo o IBGE, nosso estado é um dos três onde existe a maior taxa de empregos informais, ou seja, aquele precário que prescinde da assinatura de carteira de trabalho e dos direitos que amparam o trabalhador formal. Quem se der ao trabalho de entrar pelo menos uma vez em um ônibus que percorra uma parte de nossa região metropolitana, fatalmente terá pela frente  um número assustador de vendedores de doces diversos, revistas, remédios milagrosos, entre outras ofertas, a maioria a serviço de algumas dessas empresas atacadistas, distribuidoras desses produtos, em jeitinho maroto de driblar o fisco, assim como acontece com grande parte do comércio ambulante fixo.
Esses 67% de trabalhadores informais, dentre toda a população ocupada em nosso estado, também explicam o porquê de termos a pior renda per capita do país, afinal, emprego precário é sinônimo de salário indecente. Então, junte um patronato anacrônico e senhorial, com comerciantes inescrupulosos ao extremo na exploração da mão-de-obra informal, adicionando-os a governantes mesquinhos e pagadores de salários de fome a seus funcionários de carreira e temos o quadro completo desse autêntico flagelo social.
No final do ano de 2010, último do governo petista de Ana Júlia Carepa, o programa Bolsa-Trabalho, criado naquela gestão, tinha 63.300 jovens cadastrados, bem como 32.518 que já haviam concluído seus respectivos cursos, diga-se, recebendo uma bolsa de estudos no valor de R$70, sendo que desse total 14 mil já haviam conquistado emprego com carteira assinada, e a meta era atingir 120 mil cadastros.
Veio o tsunami lorótico e o referido programa foi submetido a violento regime de definhamento, saindo deste a óbito no espaço de dois anos. Hoje, o IBGE constata que 25,2% dos jovens de 15 a 29 anos de idade, só na região Metropolitana de Belém, não estudam e nem trabalham, muito menos têm à disposição um programa do governo estadual que os ampare. Não por acaso, fazem parte do crescente exército dos soldados do tráfico de drogas que prolifera assustadoramente, contribuindo para que sejamos um das terras mais violentas do planeta. Enquanto isso, Simão Lorota xinga estudantes de uma escola pública, em santarém, cujo pecado foi interpelá-lo pedindo mais atenção com o colégio em que estudam. Em tempo, trata-se da escola que tirou a melhor nota, dentre todas as escolas públicas, no último Enem. É Pará, isso?

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