Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sábado, 9 de novembro de 2013

O problema é o governador!

Quando assumiu o governo, em janeiro de 2011, Simão Lorota tratou de fazer um estardalhaço acusando sua antecessora de ter deixado as finanças estaduais em situação delicada. Aproveitava o recall de uma pantomima eleitoreira feita na Assembléia Legislativa para saquear recursos que o BNDES disponibilizara ao governo paraense como forma de compensar perdas de receita do FPE, com a desoneração de tributo incidente sobre a chamada 'linha branca' da indústria. Simão tratou de baixar um decreto cortando uma série de gastos comezinhos dando ares de dramaticidade à encenação, embora tenha deixado disponível no caixa daquele banco cerca de R$100 milhões, disponibilizados ao tesouro estadual, no entanto, devendo ser usados de acordo com as condições impostas pelo contrato assinado, e não pela patranha fabricada no plenário da Alepa.
Simultaneamente à farsa, tratou de reajustar em 65% seu salário, de seu vice e secretários. Sim, ele, já que não vale transferir a responsabilidade pra Alepa que votou essa medida porque, com maioria na Casa, caso fosse sério, estendia os efeitos do seu decreto a si e aos auxiliares, ou, divulgaria o impacto desses gastos. Qual o quê. Distanciando ainda mais a encenação do gesto, criou mais um nível de servidores no quadro DAS, até então com dois níveis, passando a existir agora com três níveis, e igualmente sem expor quanto essa bondade impactaria na (falsamente)alegada penúria, mesmo porque trata-se de quadro de livre provimento e quantitativo dependente das vontades e conveniências do chefe do Poder Executivo.
Àquela altura, aliado e patrocinador de toda a mídia local, pôde tomar medidas que mais tarde se provariam nefastas e significariam um largo passo atrás no desenvolvimento do estado, culminando com a mais baixa taxa de investimento em duas décadas. Paralisou as obras do Ação Metrópole; paralisou as obras do  prédio da nova Santa Casa, à beira da conclusão, só retomando-as após verdadeiro infanticídio verificado no prédio antigo; abandonou criminosamente um terminal hidroviário prontinho pro funcionamento, precisando apenas de pequenos retoques, e em um momento que a cidade via sua mobilidade entrar em situação de colapso; abandonou o programa Bolsa-Trabalho; o Navegapará passando administrar surrealmente a criação de uma máquina em que secretários eram nomeados a pastas inexistentes, pastas existentes eram preenchidas por figurantes, enquanto o escolhido não se dispusesse a assumir o cargo, a criação de secretarias que nem sede havia, enfim, abandonou-se a busca de soluções dos problemas importantes do estado, para dar conta da divisão do butim, pacto sinistro que levou esse malsinado governante ao topo da administração.
É nesse contexto que surge o embate com os professores, seguramente a mais organizada e numerosa categoria de trabalhadores estaduais e aquela que vinha da obtenção de uma conquista histórica, seu Plano de Cargos Carreira e Remuneração, talvez esse o imbroglio mais relevante para a elaboração do discurso da austeridade, relembrando que foi sob 12 anos seguidos de tucanato que o vencimento-base de mais de 90% daquela categoria era o salário mínimo.
Com efeito, as relações tensas entre trabalhadores e governo só fizeram agravar-se à medida que o governo passou a adotar a política de tirar com uma das mãos aquilo que havia reconhecido como conquista com a outra. Cortes em hora/atividade, incorporação arbitrária da gratificação do FUNDEB ao piso nacional obrigatório, agravado pelo sumiço de parte desta, culminando com a decisão de seguir na contramão da boa pedagogia, ao determinar que funcionem apenas as turmas que tenham mais de 30 alunos, evidentemente, visando reduzir os efeitos financeiros dessas conquistas
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E agora, Simão? Como proceder colheita diferente daquilo que foi plantado? Será que basta gastar rios de dinheiro publicando em seus jornais oficiosos a versão oficial? Será que basta gastar outros rios do dinheiro público para estampar no vídeo de sua emissora oficiosa a figura  do lacaiocrata Fiúza tentando vender essa versão? Será que o governo pensa que a gente pensa que o fim da greve é a solução para uma escola pública sucateada pela malsã política que irreleva um setor tão essencial à maioria da população? Até quando essas perguntas serão respondidas pelo governo com mais lorotas?

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