O deputado Parsifal Pontes (PMDB) atribuiu a cassação do mandato do seu colega Gabriel Guerreiro, ontem, pelo TRE, a uma espécie de furibundismo que ora acomete a sociedade brasileira contra a classe política e que influenciou a referida tomada de decisão. Claro que o pemedebista tem lá suas razões. É nítido que está na raiz do discurso midiático a criminalização da atividade política e isto tem um certo peso na opinião pública, agravado pelo fato de certas atitudes corporativas que explicam a antipatia, embora o comportamento midiático não decorra do honesto dever de informar, mas, por vias oblíquas, combater quem legitimamente conquistou as rédeas do governo nacional consagrado pela vontade popular, algo facilmente notável pela seletividade de ocultamento do cipoal de malfeitos dos seus protegidos.
Por isso, penso que essa tomada de decisão obedece mais um fator imediato e na onda da moralidade que acomete o presidente do STF que, auto investido da condição de um truculento carcereiro desrespeitou normas límpidas do direito a fim de atender o comando midiático da empresa empregadora do seu filho para a superprodução de um espetáculo deprimente.
Assim, o que o TRE de fato tinha em mente era abiscoitar as migalhas consagratórias atiradas à efêmera glória barbosiana, na ocasião visitando Belém, fazendo Guerreiro pagar por isso. Como sabe que suas decisões são tão críveis como a existência de discos voadores, bastando pra isso olhar apenas exemplos mais recentes, o tribunal optou por agir igual um personagem que tinha na Escolinha do Professor Raimundo: respondeu tudo errado, mas fez o seu comercial. Espertos, não?
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