Cerquem o prédio!

Na eleição para o governo do Pará, no ano de 1950, Magalhães Barata, do PSD, foi derrotado por Zacharias de Assumpção, da Coligação Democrática, liderada pela UDN, mas que englobava até legendas de esquerda; e atribuiu o resultado à corrupção que grassava no TRE, segundo denunciava seu partido. Por isso, já com a derrota admitida, O Liberal, jornal aquela altura de propriedade de Barata, saiu-se com uma das manchetes mais contundentes que se tem notícia por essas bandas. Dizia mais ou menos assim, 'Cidadão, se encontrar na rua um desses cínicos juizes do TRE, escarre na cara cínica do ladravaz'.
Mais de 60 anos passados, vemos o TRE mergulhar no mais patético descrédito, talvez até com mais procedência do que na eleição de 1950. Enquanto os 'baratistas' denunciavam no calor de uma disputa eleitoral; hoje vemos nosso tribunal prestar-se ao papel de assumir posição política, mais deplorável, cobrando propina para tal, conforme gravação apresentada pelo advogado Inocêncio Coelho, nesse caso recente em que o prefeito de Marabá, João Salame, foi cassado.
Com efeito, os rumos tomados por esse imbroglio exigem ação imediata e enérgica do Conselho Nacional de Justiça, antes que nossa justiça instale-se definitivamente nas colunas policiais que repercutem malfeitos recorrentemente registrados nos famosos boletins de ocorrência. Caso contrário, continuaremos presenciando a expedição surreal de atestados de idoneidade a assaltantes perigosos como Antônio Armando, Duciomar Costa e Mário Couto. Lamentável!