A velhacaria como norma de conduta

Incrível! Patético! Revoltante! Mas verídico. Em qualquer lugar civilizado do planeta, transportar eleitores por um dos concorrentes, para que possam exercer seus respectivos direitos, constitui crime eleitoral; assim como sonegar os nomes desses votantes a todos os concorrentes.
Isso em locais civilizados, não na sombria CBF e federações estaduais que seguem esses procedimentos. A propósito, hoje ocorre a eleição pra presidente da Federação Paraense de Futebol com três pretendentes na disputa, entre eles, o atual presidente da entidade, coronel Antônio Carlos Nunes, beneficiário dessas tretas e que acha tudo perfeitamente normal e rechaçou as denúncias de um dos concorrentes, que queria impedir que a FPF, repita-se, comandada por um dos concorrentes, transportasse os votantes que vêm do interior, por sinal, a maioria, por motivos óbvios; bem como que fosse conhecidos de todos os candidatos os nomes dos concorrentes, já negado pela atual direção, que acha normal seus opositores saberem apenas as instituições aptas a votar, porém, jamais o nome daqueles que representam essas instituições.
Já pensou se essa moda pega e migra para política desse imenso país que se chama Pará?  Já temos tanto 'coronel de barranco' quase eternizados no poder, através da burla sistemática da legislação vigente que, de alguma forma, tenta colocar em igualdade de condições os concorrentes à eventual disputa, embora o tradicional 'jeitinho' sempre coloque a máquina pública a serviço de um ente privado da simpatia dessa cadeia do mandonismo coronelista.
Por isso, ainda que seja uma disputa restrita ao âmbito de uma entidade privada, envolve a paixão de quase a totalidade da população, daí não ter o direito de irradiar maus exemplos, achando que isso é a coisa mais normal do mundo. Não é. É simplesmente a instituição da delinquência como norma de conduta, algo deplorável em qualquer situação. O que será que o Ministério Público acha disso?