Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Quem é servil não pode entender de soberania, Merval







O amigo Paulo Henrique Amorim chama-me a atenção para o artigo de Merval Pereira em O Globo onde, entregando os pontos sobre o voto de Celso de Mello no julgamento da Ação Penal 470, volta sua verrina contra o gesto de Dilma Rousseff em postergar a visita que faria a Barack Obama, por conta do episódio de espionagem sobre suas comunicações e os dados dos computadores da Petrobras.

Não surpreende, mas não pode deixar de repugnar, que ele se preste a ridicularizar a atitude necessária, embora serena, da presidenta.


“De concreto mesmo, essa bravata nacionalista não trará benefício algum, a não ser agradar a certa camada do eleitorado que leva a sério essa simulação de confrontação, como se tivéssemos a ganhar alguma vantagem geopolítica em toda essa trapalhada internacional.”

Trapalhada, Merval?

Espionagem em escala mundial, sem limites à invasão da privacidade de centenas de milhões de cidadãos, empresas e chefes de Estado mundo afora é simples “trapalhada”?

Sua sabujice aos norte-americanos, Merval, já espelhada nos telegramas do WikiLeaks que o revelam como “informante” dos EUA para questões eleitorais, o tornam sem qualquer capacidade moral de falar sobre isso.

O papel de pateta que Fernando Henrique Cardoso fazia nos fóruns internacionais é o seu modelo, porque condizente com papel subalterno que vê em nosso País.

Merval tem a postura afetada de um lorde, o que não lhe encobre a condição de vassalo. Fala fino com aliados e grosso com os fracos.

Por que é que ele, agora que é um jurista de nomeada, com capacidade de dar lições de Direito aos ministros do STF, não explica a seus leitores esta pequena nota, num dos “tijolaços” de Leonel Brizola?


O Globo condenado – Por 5 votos a 1, o TRE condenou em definitivo o jornal O Globo. Como muitos se lembram, em outubro de 1989, às vésperas das eleições presidenciais, O Globo publicou fotos do então candidato Leonel Brizola, com o líder comunitário José Roque, a quem o jornal apontava como sendo o traficante “Eureka”. Tudo era mentira e montagem, inclusive com a colocação de armas junto às fotografias. O senhor Roberto Marinho, condenado em primeira instância, escapou pela transferência das culpas para seus subordinados. O processo criminal foi definido. Cumpre, agora, tratar, no cível, da indenização correspondente aos danos que causaram a mim e ao PDT.

Um destes subordinados era você, Merval.

José Roque era negro, era pobre e servia no “figurino” de traficante. Um alvo fácil, bom de bater, não é?

Foi uma trapalhada?

Você pediu desculpas pelo erro? Não, continuou falando grosso. Brizola era o inimigo, Roque era o negro favelado.

Vejam a história, nas palavras de Caio Túlio Costa, ombudsman daFolha à época:


● O caso comentado nesta coluna na semana passada – sobre a notícia dada pelo jornal O Globo de que a polícia carioca tinha achado uma foto de Brizola junto ao traficante Eureka – continua repercutindo. Décio Malta, editor de O Dia,telefonou para dizer que a informação sobre a foto não chegou ao jornal O Globo via O Dia, que cedeu somente a sua foto para publicação. Malta mandou também cópia do material publicado pelo seu jornal. Nele está claro que O Diaincluiu na sua primeira página a menção de que o homem abraçado por Brizola tinha sido identificado também como José Roque, presidente de uma associação de moradores.

● O jornalista Merval Pereira, da direção de O Globo, também telefonou para estabelecer que o jornal não se baseou apenas numa fonte para afirmar que José Roque seria o traficante Eureka. Além do detetive-inspetor Horácio Reis [que negou tudo depois]. O Globo escudou-se também na afirmativa do sargento Luís Carlos Rodrigues. “Uma fonte da Polícia Civil e outra da Polícia Militar”, diz Merval.

Ele mandou um fac-símile da reportagem que O Globo deu no segundo clichê, onde aparece a informação de que o sargento também dissera que o homem da foto era o traficante Eureka.

● O fato de O Globo ter-se baseado em duas – e não em uma única fonte policial – não desculpa o jornal pelo erro jornalístico contra José Roque e Leonel Brizola. Fez bem O Dia em tentar descobrir quem era na realidade o homem que Brizola abraçava e fora apontado pela polícia como traficante Eureka. Ao contrário de O Globo, o jornal O Dia teve tempo de descobrir sua identidade e de publicar a informação de que o rapaz da foto poderia ser o José Roque. E acertou.

Está vendo, Merval, como iam bem aí uns embargos infringentes de jornalismo para reexaminar a notícia grave, às vésperas de uma eleição e restabelecer a verdade?

Você, que vê política e marquetagem em cada gesto humano, como é que descreveria o que você mesmo fez com Roque e Brizola?

Trapalhada?

(Fernando Brito, via Tijolaço/Neiroso)Chovo Blog Limpinho e Cheiroso)

Um comentário:

Anônimo disse...

Farsantes, despudorados, dissimulados, quadrilheiros e assassinos.