Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

PMDB defenderá o fim da reeleição. E daí?

Segundo declarações do presidente da Câmara Federal, Henrique 'Jatinho' Alves, o partido de Sarney defenderá o fim do instituto da reeleição, comprada a R$200 mil por cabeça pelo privata FHC, em sórdida manobra até hoje tratada com criminosa discrição pelas gangues midiáticas que monopolizam a informação no Brasil, na tal comissão criada com a finalidade de elaborar uma proposta de reforma política para o país, mas, que, na verdade, segue o rito do 'façamos as mudanças antes que o povo as faça', ou seja, abortar um amplo e esclarecedor debate a respeito do tema, proposto pela presidenta Dilma Rousseff.
O PMDB ser contra a reeleição é tão relevante quanto meteorologista prever que pode chover na Amazônia. É governo, o citado partido, não o meteorologista, desde o fim da ditadura, quando tornou-se legatário daquilo que o saudoso mestre Florestan Fernandes batizou sabiamente de "transição transada", pacto sinistro feito entre os que saiam e os que inspiravam a confiança destes  para continuar governando o país sob o jugo daquilo que ficou conhecido como "entulho autoritário", na sua essência, vigente até hoje.
Com efeito, após o autofágico processo vivido nas eleições presidenciais de 1989, quando canibalizaram a candidatura do presidente da legenda, Ulisses Guimarães, finalmente esses escabrosos personagens encontraram o autor que lhes legou o papel da suserania nos feudos mais atrasados do país, obviamente a peso de muito ouro pilhado do Tesouro Nacional e alhures, dramatização encenada até hoje, porém, necessitando de um novo figurino que disfarce os propósitos da presente farsa.
Como não tem e não terá candidato majoritário para os próximos vinte anos, trabalha com rara malícia um método que o permita escolher a maneira mais conveniente de manter seus coronéis de barranco como sócios do poder central, bem como a vigilância contra quem quer que queira mudar, de fato, as atuais regras.
Talvez fosse hora de estabelecer-se um corajoso pacto entre os segmentos de centro-esquerda, na perspectiva de enfrentar esse poder encastelado e aparentemente pendular, mas que sempre pende pro conservadorismo. Construir, por exemplo, uma chapa Dilma/Eduardo Campos centrada no compromisso das mudanças reclamadas pela nação, manifestadas nas ruas em junho e no dia 11 de julho. Propostas como uma reforma agrária que atenda os interesses dos trabalhadores rurais com o fim do latifúndio; fim do fator previdenciário, que furta ganhos de quem trabalhou por décadas e merece uma aposentadoria digna; redução da jornada de trabalho, visando gerar ainda mais empregos; respeito a conquistas históricas da classe trabalhadora inscritas na CLT; transporte público de qualidade e acessível a todos; fim do monopólio da informação por parte das elites; transparência total nos gastos públicos, em quaisquer esferas de  governo; duro combate à corrupção são temas que estão na ordem do dia dos anseios do país, mas correndo o risco de serem amenizados com a apropriação indébita do debate pelos arautos do reformismo sem povo.
É hora de fazer com que o povo faça, antes que esses velhacos a façam para deixar tudo como está.

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