Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 30 de julho de 2013

'Arena da Amazônia' será inaugurada em dezembro deste ano



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D24am - Mais de 1800 funcionários ditam o ritmo e dão vida para a Arena da Amazônia, marco para a Copa do Mundo, no Norte do Brasil. Em comum, eles são impulsionados pelo sonho de assistir um jogo do Mundial de 2014 no local que ajudam a construir há mais de três anos.

Eles vieram de vários Estados brasileiros e até do Haiti. A maioria que se dedica às obras já participou da construção da Ponte Rio Negro, inaugurada em 2011. Mas a Arena representa um sentimento especial pela imponência da edificação.

O carpinteiro Tiago Pereira classifica a obra como um 'destaque mundial'. "É um sonho de todo brasileiro que a Copa seja realizada no País. Estamos participando de algo que o mundo inteiro vai ver. Algo que eu ajudei a fazer", disse emocionado.

A obra está na fase de instalações hidráulicas, acabamento de banheiros e camarotes, além da pavimentação externa. A conclusão está prevista para dezembro.

Os operários estão distribuídos em equipes, nos cinco níveis do estádio. A meta, segundo o coordenador da Unidade Gestora do Projeto Copa (UGP-Copa), Miguel Capobiango, é gerenciar para que o cronograma seja cumprido.

Cedo no 'batente'

Todos chegam no canteiro de obras por volta das 7h, mas a rotina começa antes mesmo do sol nascer. O carpinteiro Tiago, por exemplo, inicia a jornada às 4h. Paraense e vascaíno, ele vive em Manaus há 22 anos e olha com orgulho para o estádio que está sendo finalizado.

"Emociona chegar aqui todos os dias e ver que tudo está diferente do dia anterior. Em cada pedaço tem muita luta", conta ele. "Este é talvez o estádio mais bonito do País".

Com dois meses de trabalho, Tiago sofreu um acidente e ficou 17 dias internado depois que um pedaço de concreto caiu na cabeça dele. O operário lembra que ficou dois dias sem ouvir e sem falar, mas, recuperado, ele retornou ao trabalho e garante que agora tem mais atenção e ficará até o final da obra.

Quem está desde o começo dos trabalhos é o encarregado de produção Lúcio Oliveira, que lidera uma equipe com mais de 40 pessoas. Ele relata que é um trabalho 'refinado e qualificado', que acaba ganhando curiosidade da família e dos amigos.

"É uma obra tão imponente que chama atenção de quem passa por perto, já que meses atrás não se via nada e, de repente, há um estrondo", disse Lúcio. "Os familiares já fizeram uma visita e perguntam sobre como foi feito, como tal coisa foi colocada e sempre acham interessante como tomou corpo".

O encarregado de produção é mineiro e, com a experiência adquirida, pretende um dia voltar para a terra natal para realizar outras obras.

Decidido a ficar em terras amazonenses, o marteleteiro José Carlos Alves, que está há oito meses na cidade, não tem planos de voltar para a terra natal. "A gente acaba se acostumando com o local, fazendo amigos na obra. Daqui, quero ir pra outra construção. Esta cidade é mais interessante que Boa Vista (RR), que não tem tantos shoppings, por exemplo", comparou.

Força feminina em prol da segurança no canteiro

Lígia Lopes, técnica de segurança do trabalho, é uma das poucas mulheres da obra, por isso, exige respeito. "Aqui é 'Senhora Lígia'. Tem sempre aquela história da mulher que passa na obra e leva cantada, mas aqui é diferente. Nunca fui desrespeitada", afirmou.

A função de Lígia é estar atenta a todos os passos dos funcionários para garantir a segurança, mesmo que, às vezes, eles sejam relutantes com algumas medidas.

Para eternizar todos os momentos da obra, Lígia fotografa esporadicamente o desenvolvimento da Arena. "É um trabalho de atleta, não podemos parar para contemplar, por isso, tiro as fotos. Já tenho uma coleção que ficará durante muito tempo contando a história deste lugar", relatou ela.

Lembranças do 'antigo' Estádio Vivaldo Lima

Enquanto a cada dia a Arena ganha novas peças, lembranças do antigo Vivaldo Lima, o Vivaldão, ainda está na memória de quem participou de várias partidas importantes para o futebol amazonense. "No Vivaldão ocorreram decisões importantes, como a Copa Norte de 1999, na época em que o esporte era valorizado", destaca o agente de portaria Denilson Silva.

A disputa a que Denilson se refere foi entre São Raimundo e Sampaio Corrêa, que decidiram a Copa Norte em abril de 1999. Na época, quase 50 mil pessoas compareceram ao Vivaldão para aclamar o Tufão da Colina como 'O Rei do Norte'.

"Talvez disputas estaduais nunca mais aconteçam aqui com o mesmo peso. Como vamos lotar uma Arena dessa?", brincou Denilson. "A esperança é que outras coisas além do esporte, como shows e jogos nacionais ganhem este lugar".

Promessa por ingresso para jogo da Copa do Mundo

Durante o anúncio dos valores dos ingressos para os jogos da Copa do Mundo, a Fifa prometeu distribuir entradas para os operários que participaram da reforma ou construção dos 12 estádios que sediarão os 64 jogos do Mundial. O anúncio motivou ainda mais os operários da Arena da Amazônia.

"Estou torcendo pra ver algum jogo ou algum treino. Fiz até promessa para que eu seja sorteado para ver alguma partida que acontecerá aqui", revelou o carpinteiro Tiago Pereira.

Além da Copa do Mundo, os operários também alimentam a expectativa de participarem como convidados de honra do evento que marcará a abertura do novo estádio.

"Seria um sonho realizado poder trazer as nossas famílias para contar com orgulho o que fizemos e a nossa contribuição, ver o sorriso e a emoção dos nossos filhos", revelou Denílson Silva.

Segundo a assessoria de comunicação da UGP-Copa, ainda não há nada definido sobre o evento de inauguração da Arena da Amazônia, nem sobre o público. Há apenas uma sinalização do governador Omar Aziz para privilegiar o futebol do Amazonas com um clássico Rio Negro x Nacional.

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