O saldo da selvageria.

Segundo pesquisa do IBOPE, publicada pela revista 'Época', 71% dos brasileiros estão satisfeitos com a vida que levam. Mais extraordinário: dos que foram às ruas protestar, 69% declararam estar satisfeitos com a vida que levam. Talvez, por isso, a Rede Globo esteja dando sinais que planeja uma recuada estratégica no ardil de usar aquelas manifestações como arma de desgaste do governo, bem como, ao encerrar o assunto, evitar que chegue ao conhecimento do grande público o papel sórdido desempenhado por coronéis do PPS, DEM e PSDB, o de, segundo declarou o presidente nacional do PSTU, José Maria de Almeida, despolitizar na marra as manifestações legítimas, contratando gangues para bater em militantes de partidos que ousassem mostrar a cara. Como eles não podem, por motivos que nem cabe explicar, recorreram a um outro tipo de delinquência, infiltrar em protestos baseados em reivindicações justas marginais de alta periculosidade, promotores de cenas deprimentes assistidas nos quatro cantos do país.
O perigo disso tudo é ter ficado como legado a capacidade da direita de novamente ter às mãos contingentes de agitadores de passeatas dispostos a tudo, mas, principalmente, de partir para agressão física quando se trata de degenerar a qualquer preço reivindicações populares que não estejam no cardápio de quem lhes dá comando. Lembram os antigos CCCs, Comando de Caça aos Comunistas; e até mesmo a TFP, Tradição, Família e Propriedade, organizações formadas predominantemente por jovens forçudos e porradeiros, porém, também doutrinados pelos paradigmas direitistas, daí acreditarem no que faziam.
Atualmente, só a intolerância, o ódio e a força bruta contam e essas gangues não medem consequências para fazer aquilo que seus donos determinam. Feito pit bulls treinados para assassinar quem passar à sua frente, mostram-se alheios ao mínimo de racionalidade que se exigiria de um ser humano e indiferentes às consequências da selvageria que praticam. Pensemos nisso.