Triste papel

Desconfio que tem efeito meramente mercadológico, a divulgação de uma decisão do Tribunal de Contas do Estado, em favor do maior grupo midiático do estado, a respeito do superfaturamento no contrato de locação de aeronaves daquele grupo para o governo do estado. Pior, há uma proposital mistura entre dois fatos assemelhados com o claro intuito de confundir a cabeça do leitor.
Com efeito, a apreensão de uma aeronave, feita no mês passado por solicitação do fisco federal e que gerou uma ação judicial ora tramitando no âmbito da justiça federal, nada tem a ver com o que foi divulgado ontem/hoje pelo papelucho maiorânico, pois este refere-se a uma representação da mídia rival contra um contrato firmado, ainda em 2009, pelo então governador Almir Gabriel com a empresa ORM Air Taxi Aéreo, no ano de 2001.
Chama atenção apenas o fato do conselheiro/relator, o direitista e colunável ex-deputado André Dias, afirmar em seu parecer "que não houve dano ao erário estadual- ao contrário, o governo beneficiou-se com um preço 48% menor que o oferecido pela empresa concorrente". Certamente, uma licitação a la Flexa Ribeiro em que uma "concorrente" é arranjada de araque apenas para dar ares de legalidade à tramóia. E o TCE se presta para fazer papel de coadjuvante nessa farsa. Credo!