O tempero da interinidade

A partir da leitura de uma observação feita no Jornal Pessoal, a respeito da interinidade do vice-governador, pensei: será que a Ana Célia Pinheiro teria a pachorra de levantar quantos dias, durante esses dois anos e quase três meses, Helenilson Pontes esteve nessa condição, a de governador interino. Isso pode até parecer implicância, no entanto, são cada vez mais fortes os bizus de que essa interinidade se dê de forma mais amiúde.
Como grande jornalista que é, Lúcio vai mais além e instiga, "Para onde caminhará Helenilson se ocupar o lugar de Jatene até o fim do mandato? Reafirmará a tal aliança ou procurará alternativas? Ele passaria a ter instrumentos à mão para definir um novo projeto, mas não força suficiente para se apresentar como candidato favorito na eleição do próximo ano."
Não são perguntas fáceis de responder. S Excia. "O Interino" continuará sob fogo cruzado oriundo do tiroteio entre barbalhos e maioranas, aliados preferenciais de Simão, e qualquer movimento em falso pode torná-lo vítima de uma bala perdida, daí ser mais provável que o cardápio administrativo de Helenilson não abra mão do feijão com arroz cotidiano a fim de não ferir suscetibilidades. Com um pouco de sorte, exposição e principalmente uma disposição que o titular, circunstancialmente tornado à condição de interino, nunca demonstrou ter, Pontes pode ser peça importante no tabuleiro da sucessão estadual, principalmente na ainda remota hipótese do 'coronel' Barbalho lograr êxito na formação da dobradinha Padilha/Helder.
Sua candidatura forçaria a realização de um 2º turno, provavelmente entre PSDB e PT, com o "Interino" podendo ter papel importante no desfecho dessa disputa.
Claro que tudo isso não ultrapassa o universo das conjecturas e ainda está sob a condição de sombras que se projetam em um muro, mas que pode vir a ser um fato inédito a dar um novo matiz à uma disputa que, desde já, se desenhava modorrenta.