
AM247 – A exploração da jazida de potássio localizada na cidade de Autazes, a 161 quilômetros de Manaus, no Amazonas, começará até 2018 e vai gerar 20 mil empregos em uma década, segundo o titular da Secretaria Estadual de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos (SEMGRH), Daniel Nava. Segundo ele, "a nova jazida tem potencial para atender às necessidades brasileiras por mais de 100 anos".
O investimento estimado será de R$ 5 bilhões, com o projeto Potássio Amazonas. A reserva possibilitará ao Brasil a autossuficiência do produto, que também poderá ser exportado. Atualmente, o país importa 92% do potássio que utiliza, muito usado na produção de fertilizantes agrícolas.
"Iremos lucrar muito. Não só com a receita do município, mas com a possibilidade de trazer oportunidades para nossa gente", afirmou o prefeito de Autazes, Wanderlan Sampaio (PMDB), ao Portal Amazônia.com. "Que não seja uma riqueza que vá produzir efeitos somente aos grandes centros do agronegócio. Não quero nosso povo vivendo em cima de uma riqueza e que não usufrua dela", acrescentou.
O volume, ainda não estimado, de potássio da jazida é maior do que a das reservas de Fazendinha e Itacoatiara, nas cidades de Nova Olinda do Norte e Itacoatiara, respectivamente, no interior amazonense. Ambas somam quase 400 milhões de toneladas de potássio.
Com 92% de importação de potássio, o Brasil obtém de exploração de potássio provém das reservas de Sergipe, que contribui com apenas 8% do que o país precisa e, no estado nordestino, mina tem vida útil até 2019. A maior parte do produto o país importa da Alemanha, Israel, Canadá e Rússia.
Segundo Daniel Nava, o produto é essencial para o país. "O Brasil, como grande produtor de alimentos e biocombustível, é dependente de fertilizantes, já que os dois sistemas produtivos exigem que se tenha uma boa produtividade por hectare", declarou. "A nova jazida tem potencial para atender às necessidades brasileiras por mais de 100 anos. Isso representa um século de independência para que possamos produzir alimentos e biocombustíveis sem participação estrangeira", garantiu Nava.
A exploração será feita pelos Governos Estadual e Federal em parceria com a iniciativa privada. "O Amazonas, com o conceito de sustentabilidade, vai mostrar pro mundo que é uma grande economia e que mantém a floresta em pé", acrescenta.
No que diz respeito à exportação, o Brasil pode concorrer com o Canadá, maior produtor mundial de potássio, que para ser exportado aos Estados Unidos, percorre uma rota longo e com um custo alto. "Para chegar à região sul dos Estados Unidos, o minério viaja 1.500 quilômetros por ferrovia até o Oceano Pacífico. De lá, contorna o país, passa pelo Canal do Panamá, e finalmente chega. Nosso produto atenderá a eles com mais facilidade. Nosso custo e nossa operacionalidade são excepcionalmente mais competitivos que outras reservas do mundo", disse Nava.
Em relação à sustentabilidade, o titular da SEMGRH afirma que o impacto ambiental será mínimo. "A extração do minério não é feita em mina à céu aberto. Associou-se mineração com degradação ambiental por conta dos garimpos. As minas de potássio, por serem subterrâneas, são adequadas à sustentabilidade que queremos manter", complementou.
Por sua vez, o prefeito de Autazes, Wanderlan Sampaio, também foi cauteloso: "A extração será feita do modo que é realizado no Canadá e na Rússia. O impacto na superfície se resume à construção de elevadores para a retirada do minério do subsolo", observou.
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