Alô, minhas colegas de trabalho!

Durante muito tempo, a militância na profissão de radialista foi uma verdadeira usina de abastecimento do parlamento paraense e até brasileiro. Quem não lembra de Eloy Santos, Adamor Filho, Oséas Silva, José Guilherme, César Brasil, Carlos Castro, Ronaldo Porto, Wladimir Costa, Luís Eduardo Anaice e outros que não lembro o nome, que aproveitaram a popularidade e seguiram a carreira parlamentar?
Essa espécie de 'era do rádio' parece ter passado, embora ainda se perceba aqui e acolá alguns radialistas tentando seguir carreira política, mas já sem a facilidade de outros tempos, quando a excessiva exposição diante do público era passaporte certo ao exercício de mandato parlamentar.
Inovador é o movimento inverso, inaugurado pelo ex-prefeito ananin, Helder Barbalho, que, ao fim do seu mandato, sem a força política suficiente para eleger o sucessor e cumprinndo seu mandato até o último dia, deu um tempo na vida pública e resolveu virar radialista, talvez achando que essa exposição o ajudará bastante na inevitável retomada da carreira política que fará dele o herdeiro principal do espólio brevemente a ser deixado pelo pai.
Por enquanto, tudo indica, Helder adotará um comportamento discreto e tratando de assuntos mais afins ao metier recentemente suspenso. No entanto, dependendo dos índices de audiência que vier a alcançar, não fica descartada uma mudança radical e a adoção de um estilo mais ou menos 'santificado', ou seja, semelhante ao adotado por Silvio Santos e seu seguidor Carlos Santos. Claro que não se espera que Helder venha a soltar a voz em acordes musicais, mas é bem provável que anime auditórios, distribua brindes, prêmios, cestas básicas, viagens, cadeiras de rodas e outros objetos que sempre renderam votos, afinal, há sempre pairando no ar um voto vadio à espera de um candidato esperto. Nesse caso, tudo indica que caminhamos firmes para assistir mais um casamento dessa natureza. Égua!