Jorge Paz Amorim

Minha foto
Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

domingo, 10 de março de 2013

A violência segundo o jornalismo


Há tempos, a violência tem ganhado cada vez mais espaço nos telejornais das TVs comerciais e da imprensa escrita Brasil afora. Isso ocorre, em especial, nos meios de comunicação locais. Perde-se a conta de quantas são as "notícias" com foco nesse assunto, além dos programas especializados, os ditos policialescos.

Na verdade, fatos referentes à violência deixaram, há muito, de possuir um caráter noticioso, pois tornaram-se puro espetáculo da desgraça alheia. O que vale mesmo é mostrar corpos estendidos nas ruas, o pranto de familiares que perderam um ente querido, e com direito a big close do rosto. Até mesmo o velório, um momento familiar íntimo de prece e despedida, não escapa das lentes da mídia sensacionalista, que considera notícia as últimas lágrimas de amigos e parentes de uma vítima de violência.

Não bastasse tanta mesquinhez, há casos em que suspeitos de crimes são humilhados frente às câmeras de TV, para as quais são julgados e condenados sem sequer passarem pelos trâmites judiciais a que têm direito. É o que comumente acontece em programas policialescos, num verdadeiro atentado aos direitos humanos.

As notícias que trazem assassinatos, sequestros, assaltos, tráfico de drogas etc, são todas superficiais, sem profundidade e descontextualizadas. Não há o que aproveitar delas para ficarmos bem informados e entendermos os porquês de "tanta violência" lá fora. É uma mercadoria muito mal-acabada, embora esteja em alta na cabeça de jornalistas e editores.

Informações sobre violência chegam aos cidadãos, geralmente, tendo como únicas (e oficiais) fontes as polícias Civil e Militar. Em sua matéria, é comum o jornalista começar e encerrar a sua narrativa sobre um fato tendo como base a versão da polícia. Se ela disse que fulano é bandido, ou suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas ou de cometer homicídios, quem há de contrariar?

Aliado a isso, tais fatos são divulgados um atrás do outro, numa sequência tão veloz que impede qualquer reflexão por parte dos espectadores, e sem manter qualquer elo entre eles. Ou seja, é como se o fato de uma diarista, moradora da periferia, ter morrido por bala "perdida" ao voltar do trabalho não tivesse nenhuma relação com a quantidade de jovens assassinados na mesma periferia.

Não se discute a realidade da violência no jornalismo, em nenhum jornalismo, seja ele o da TV, o dos jornais, da internet ou o das rádios. Para "esclarecer" à sociedade o que provocou a morte da diarista que voltava para casa e morreu atingida por uma bala perdida ou o genocídio (não percebido como tal pela mídia) dos jovens pobres de periferia, basta ouvir as explicações do soldado ou do cabo. O mais importante é jogar a notícia no ar, e quanto mais, melhor!

O coletivo é descartado no noticiário de violência. O que vale é explorar casos individualizados, pois, para os meios de comunicação comerciais e os jornalistas que neles trabalham, eles possuem maior poder de comoção na sociedade; logo, atraem mais audiência.

Diante de tudo, podemos constatar que a violência virou rotina não apenas nas ruas, mas também no jornalismo. E isso, tanto quanto a violência, é muito perigoso, pois significa uma ameaça ao direito à informação da sociedade, que precisa ter acesso a uma informação ampla, contextualizada, que possibilite à reflexão e detenha todas as versões possíveis.

Mais do que uma ameaça ao direito à informação, quando o jornalismo torna a violência algo banal, cria-se na sociedade um estado de medo e pânico que, por vezes, não se sustenta na realidade. O que é minimamente explicável, já que o problema da violência, no imaginário dos indivíduos que recebem tais notícias, acaba se transformando em algo sem solução, numa situação irreversível.

Ao chegar a esse ponto, a mídia, o jornalismo em especial, joga por terra sua intenção de ser o retrato fiel da realidade e a expande de forma espetacular, assim como faz com a violência.

(Vílson Vieira Jr- Mídia Aberta/via Blog do Miro)

2 comentários:

Anônimo disse...

Mestre Jorge:
domingo, 10 de março de 2013jatene vai cuidar da saúde nos Estados Unidos. SERÁ VERDADE? (Jornalista Carlos Mendes)
Às 14:42 da tarde deste sábado, recebo mais um telefonema de São Paulo. O mesmo médico que há dois dias demonstrava preocupação com o estado de saúde do governador Simão Jatene, agora me informa - dois políticos paraenses que atuam em Brasília confirmam ter ouvido a mesma informação - que Jatene está prestes a viajar para os Estados Unidos. Um outro problema de saúde teria - uso a expressão no condicional intimamente torcendo para estar errado, ou ver as fontes que me ligam desmentidas - surgido após a cineangiocorionografia a qual ele foi submetido no último dia 27.


Os jornais de Belém noticiaram ontem e reafirmam a informação em suas edições de hoje, baseados em um boletim médico que sinaliza para uma licença de mais 30 dias para que o governador se recupere e volte ao trabalho, que Jatene está bem.
Aqui em Belém, por coincidência, tenho um amigo que passou pelo mesmo procedimento cirúrgico de Jatene - o desentupimento de artéria do coração para colocação de um stent -, exatamente no mesmo dia em que o governador foi internado no Instituto do Coração, em São Paulo.


O amigo, por sinal professor da Universidade Federal do Pará, fez a cirurgia aqui mesmo, no Hospital Porto Dias. O cirurgião-cardiologista Luiz Maneschi, colocou três (3) stents no coração do professor, que também é hipertenso, em apenas uma hora. Normalmente, Maneschi, que é considerado um dos melhores especialistas em coração do norte do Brasil, nada ficando a dever aos melhores do centro-sul, não leva mais do que 20 minutos para colocar apenas um stent no coração de alguém. O paciente fica em uma UTI por 24 horas, seguindo uma observação de praxe, e mais 24 horas no quarto. Em dois dias recebe alta e em uma semana retoma as atividades normais, inclusive fazendo caminhada ou moderadamente utilizando a esteira ergométrica.


O professor que teve os três (3) stents implantados no coração por Maneschi, em dois dias já estava em casa e ontem, fazia, na maior tranquilidade, sua habitual caminhada pelo calçadão da Praça da República, eventualmente fazendo uma paradinha para bate-papo animado com os amigos e conhecidos.


É sabido e dito, até por médicos, que cada caso é um caso. Tudo bem. Mas convém observar que o governador Simão Jatene foi submetido a um procedimento cirúrgico para colocação de apenas um stent. É claro que ele tem um leve passado de complicação cardíaca. Mas o professor que conheço também tem o mesmo histórico. E olha que ele já tem, agora, cinco stents no coração, pois antes já havia passado por cirurgia para implantação de dois stents.


Não quero ser chato, muito menos pessimista - desejo, sinceramente, que Jatene se recupere logo e volte a governar o Pará, que tanto precisa dele e de sua capacidade administrativa -, mas não posso aderir ao coro de alguns, hipócritas até, que vem me dizer que Jatene está muito bem.


Por favor, eu tenho cara de besta, jeito de besta, andar de besta, mas de besta, na verdade, eu não tenho nada. Por favor, repito, não tentem me fazer de besta, porque não cola. Não é a mim que tentarão enganar, mas ao povo do Pará, que quer saber qual o verdadeiro estado de saúde do nosso governador.


Venham a público dizer se é verdade ou não que Jatene vai se tratar nos Estados Unidos. E se for, qual o motivo. Digam que minhas fontes estão erradas ou equivocadas. Mas fundamentem seus desmentidos, com boletins e palavras dos médicos que cuidam do governador. Façam isso logo, já. Em nome do povo do Pará. Voltarei ao assunto.
Postado por Professor Walber Wolgrand às 11

Anônimo disse...

Comentário lúcido e verdadeiro! Quem tem amigos, parentes ou pessoas próximas que já passaram pela colocação de stent, sabe que as afirmações do comentarista Walber Wolgrand são totalmente procedentes!