Petistas e integrantes de partidos da base aliada estiveram no evento. Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira 20
que o PT não vai fugir do debate sobre corrupção com os tucanos. Em
discurso na comemoração dos dez anos do partido na Presidência, ele
rebateu as críticas feitas nos últimos dias pelo ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso e pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG).
“Nós não temos medo de comparação, inclusive comparação em debate
sobre corrupção,” disse o ex-presidente no evento realizado na zona
norte de São Paulo. Na terça-feira 19, FHC divulgou um vídeo dizendo que
as comparações feitas pelo PT com a sua gestão na presidência
(1995-2002) são “coisa de criança” e “parecem picuinha”.
Lula falou que só o fato do seu partido passar oito anos no poder já
deixa a oposição nervosa. “Eles estão inquietos porque percebem que
estão sem valores, sem discursos, sem propostas. Porque todas as coisas
que eles pensaram em fazer nós fizemos mais e fizemos melhor. É por isso
que nós queremos fazer esse debate.”
O ex-presidente também fez referência ao discurso do senador tucano
Aécio Neves (MG) nesta quarta. Nele, o mineiro elencou 13 erros do PT
cometidos nos últimos anos. “Eu não vou responder a eles. Só queria
dizer que a resposta que o PT deve dar é dizer para eles que podem se
preparar, juntar quem eles quiserem. Porque, se eles têm dúvida, nós
vamos dar como resposta a reeleição da presidenta Dilma,” disse Lula.
Lula e Dilma também usaram o discurso para criticar a imprensa. “Na
ausência de uma partido da oposição, um setor da imprensa fazia
oposição. Eu fico preocupado porque quando critico a imprensa , eles
dizem: ‘Lula ataca a imprensa’. E, quando eles me atacam, dizem:
‘Fizemos uma crítica’.”
Já a presidenta Dilma disse que não pode se calar diante das
críticas. “Como reagem agora determinados setores frente ao avanço do
combate à miséria? Alguns tentam dizer que esse feito não passa de um
mero jogo estatístico. Outros preferem inverter o significado das coisas
e destacar, de forma exagerada, o que falta ser feito,” disse a
presidenta. Na terça-feira 19, Dilma lançou programa o programa Brasil
sem Miséria, que complementa o Bolsa Família para que a população supere
a renda de 70 reais mensais por pessoa, considerada a linha da miséria.
Coube ao deputado estadual e presidente do partido, Rui Falcão (SP),
defender a regulação dos órgãos de imprensa. “É inadiável o alargamento
da liberdade de expressão no país, da democracia e dos meios de
comunicação tal qual está previsto na Constituição e que esperam a anos
por uma regulamentação.”
Kassab é vaiado
O ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD) foi vaiado duas
vezes pela militância petista no evento. Primeiro, quando foi
apresentado. Depois, enquanto discursava como presidente do seu partido.
No palco, ele se disse grato aos dez anos do PT na Presidência, mesmo
tendo feito oposição à legenda até o ano passado. “O PSD se sente muito
confortável em estar aqui hoje,” disse Kassab.
Em seu discurso, Lula justificou as alianças da base aliada nos
último dez anos ao dizer que ganhar a eleição era mais fácil do que
governar. “Nós sabemos o quanto importante é a base aliada, com gente
que às vezes a gente até não gosta. Mas a gente não está convidando para
casar, está convidando para governar.”
Representantes de diversos partidos da base aliada estiveram
presentes. Entre eles, dois ministros que foram derrubados em escândalos
de corrupção e agora presidem seus partidos: Alfredo Nascimento (PR),
ex-ministro dos Transportes, e Carlos Lupi (PDT), ex-ministro do
Trabalho. Presidente do PSB e possível candidato à Presidência e 2014, o
governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) foi representado por
Roberto Amaral (PSB).
(Piero Locatelli- Carta Capital/via Viomundo)
Um comentário:
"Todo poder emana do Poder e o Poder somos nós" = AI 5 = PSDB!
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