São
Paulo - Prédio de três andares na Avenida Celso Garcia, no Brás,
ocupado por integrantes de movimentos que atuam na área de luta pela
moradia.
Pessoas sem teto que ocuparam na
madrugada de hoje (7) o Prédio Santo André, na Avenida Celso Garcia, no
Brás, zona leste da capital paulista, passaram a manhã limpando os
apartamentos onde pretendem morar pelos próximos dias. "Tinha muita
poeira, mas debaixo dela está um prédio em ótimas condições. Aqui é
muito melhor do que onde eu estou morando hoje", relatou a auxiliar de
limpeza Márcia Maria da Paixão, 37 anos, que vive em um quarto e sala
com o marido e os dois filhos, pagando R$ 350 por mês. "Só a sala daqui é
do tamanho de onde eu moro", comparou.
A ocupação, que começou por volta da meia-noite, foi organizada pelo
Movimento de Moradia da Cidade de São Paulo (MMC). "Esperamos que o
Poder Público municipal possa reformar esses prédios, que já foram
desapropriados para fins de moradia popular, o mais rápido possível. A
vizinhança nos disse que ele está há mais de cinco anos vazio, sem
cumprir a sua função social", explicou Luiz Gonzaga da Silva,
coordenador do movimento.
Assim como Márcia, a trabalhadora doméstica Maria Aparecida de Oliveira, 70 anos, espera ficar morando no prédio. "Por mim, não saio mais", disse. Ela chegou ao local durante a madrugada com os dois filhos e desde então trabalhava na limpeza para tornar habitável um dos apartamentos. "Com muita luta, esse esforço deve valer a pena", declarou.
De acordo com Silva, o prédio será desocupado se a prefeitura se comprometer a fazer a reforma para aquelas famílias. "Não temos prazo pra sair. Se eles disserem que vão fazer, a gente retira as famílias, que vão para os lugares de origem, e depois a gente retorna, já com condições melhores", esclareceu. Além desta, o MMC fez duas ocupações na região central, uma iniciada em setembro do ano passado e outra que começou em outubro de 2011.
Na madrugada, outro grupo que reivindica moradia em São Paulo também ocupou um prédio no centro da capital. Integrantes do Movimento de Moradia da Região Central (MMRC) chegaram ao prédio de quatro andares na Rua General Couto Magalhães, no bairro Santa Efigênia, também por volta de meia-noite. De acordo com Nelson de Cruz Souza, coordenador do movimento, o prédio público, que era sede do Programa Consórcio Nova Luz, foi desativado no ano passado.
“Só vamos sair quando conseguirmos diálogo com o governo ou se tiver ordem judicial. É uma forma de pressionar já no começo dessa nova gestão. Por mim, a gente tinha ocupado no primeiro dia do ano. Estamos pedindo 2 mil moradias no centro”, explicou Souza. Outra reivindicação do movimento é o reajuste do auxílio-aluguel. "Queremos que passe de R$ 300 para R$ 700. Não dá pra alugar nada com esse valor", criticou.
O costureiro José Severino Zanário, 59 anos, participou da ocupação no centro da cidade. Ele recebe o auxílio-aluguel da prefeitura, mas reclama que é preciso complementar o valor com parte do salário. "Tenho cinco filhos ainda pequenos para criar e muito do que ganho vai para pagar aluguel", relatou. Severino começou a participar das atividades do movimento de moradia há dez anos e não perde as esperanças de conquistar a casa própria. "Só com muita luta a gente vai conseguir. Meu sonho é deixar um lar para os meus filhos", declarou.
Apesar de terem ocorrido no mesmo dia e horário, as ocupações não fazem parte de uma ação articulada dos dois movimentos, segundo o coordenador do MMC.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Habitação informou que não recebeu nenhum pedido de audiência por parte dos movimentos que fizeram as ocupações na madrugada de hoje. Destacou ainda que a nova gestão municipal está comprometida em construir 55 mil moradias ao longo dos próximos quatro anos.
(Agência Brasil)
Assim como Márcia, a trabalhadora doméstica Maria Aparecida de Oliveira, 70 anos, espera ficar morando no prédio. "Por mim, não saio mais", disse. Ela chegou ao local durante a madrugada com os dois filhos e desde então trabalhava na limpeza para tornar habitável um dos apartamentos. "Com muita luta, esse esforço deve valer a pena", declarou.
De acordo com Silva, o prédio será desocupado se a prefeitura se comprometer a fazer a reforma para aquelas famílias. "Não temos prazo pra sair. Se eles disserem que vão fazer, a gente retira as famílias, que vão para os lugares de origem, e depois a gente retorna, já com condições melhores", esclareceu. Além desta, o MMC fez duas ocupações na região central, uma iniciada em setembro do ano passado e outra que começou em outubro de 2011.
Na madrugada, outro grupo que reivindica moradia em São Paulo também ocupou um prédio no centro da capital. Integrantes do Movimento de Moradia da Região Central (MMRC) chegaram ao prédio de quatro andares na Rua General Couto Magalhães, no bairro Santa Efigênia, também por volta de meia-noite. De acordo com Nelson de Cruz Souza, coordenador do movimento, o prédio público, que era sede do Programa Consórcio Nova Luz, foi desativado no ano passado.
“Só vamos sair quando conseguirmos diálogo com o governo ou se tiver ordem judicial. É uma forma de pressionar já no começo dessa nova gestão. Por mim, a gente tinha ocupado no primeiro dia do ano. Estamos pedindo 2 mil moradias no centro”, explicou Souza. Outra reivindicação do movimento é o reajuste do auxílio-aluguel. "Queremos que passe de R$ 300 para R$ 700. Não dá pra alugar nada com esse valor", criticou.
O costureiro José Severino Zanário, 59 anos, participou da ocupação no centro da cidade. Ele recebe o auxílio-aluguel da prefeitura, mas reclama que é preciso complementar o valor com parte do salário. "Tenho cinco filhos ainda pequenos para criar e muito do que ganho vai para pagar aluguel", relatou. Severino começou a participar das atividades do movimento de moradia há dez anos e não perde as esperanças de conquistar a casa própria. "Só com muita luta a gente vai conseguir. Meu sonho é deixar um lar para os meus filhos", declarou.
Apesar de terem ocorrido no mesmo dia e horário, as ocupações não fazem parte de uma ação articulada dos dois movimentos, segundo o coordenador do MMC.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Habitação informou que não recebeu nenhum pedido de audiência por parte dos movimentos que fizeram as ocupações na madrugada de hoje. Destacou ainda que a nova gestão municipal está comprometida em construir 55 mil moradias ao longo dos próximos quatro anos.
(Agência Brasil)
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