Apologia ao crime

Pululam nos noticiários fatos escabrosos, dando conta dos mais variados malfeitos cometidos por prefeitos em fim de mandato e já tendo sido reeleitos. Há um que deixou R$822,18 junto com a falta de pagamento funcionalismo; outro que arrombou o cofre levando o que viu pela frente e ainda nomeou centenas de servidores para o sucessor pagar; outro que fugiu antes do ano terminar e, pra variar, deixou "herança" semelhante a quem vier. Sempre lembrando que isso não é mazela local, mas procedimento comum em todo o país, desgraçadamente.
Mas, a quando da votação do Orçamento da União, lá estarão em marcha novos e velhos gestores, comandados por suas combativas associações, como autêntica patrulha caça-recursos públicos, na velhaca luta para transferir numerário da União, ou dos estados, para os cofres desses municípios, como se isso fosse a panacéia da administração pública brasileira.
Não é. E esses relatos de assaltos praticados por quem deveria dar exemplo de zelo são a prova de que se movimento houvesse, deveria ser no sentido inverso, ou seja, concentrar mais os recursos na União e estados, só repassando-os quando fosse para financiar uma política pública viável e devidamente documentada. Por enquanto, sem Portal da Transparência, nada de liberação de dinheiro público a rodo para quem não tem competência e seriedade para aplicá-lo.