Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Tucanos e a ética

O senador Cyro Miranda(PSDB-GO) apresentou uma proposta que é um verdadeiro toque em vespeiro: apresentou uma Proposta de Emenda Constitucional(PEC) propondo o fim dos salários para vereadores de municípios com até 50 mil habitantes, ou seja, de quase 90% das cidades brasileiras. Claro que essa gigantesca corporação já está se movimentando e prometendo até marcha sobre Brasília, certamente pintada para a guerra.
O relator da dita PEC, o paulista e também tucano Aloysio Nunes Ferreira, que de besta não tem nada, não manifestou qualquer posição, no entanto, falou através de sua assessoria que é possível reduzir o limite para municípios com 40 mil habitantes e mais, nesses casos haveria uma ajuda de custo para fazer frente a despesas com o mandato.
Independente de ser aprovada ou arquivada, essa proposta é a cara do modo tucano de fazer política, ao sublimar seu moralismo às custas daqueles que são o elo mais fraco dos que exercem algum poder no país dentro do figurino do secular e nefasto patrimonialismo que nos assola há 500 anos. Como se fossem todos seres ladinos e vulneráveis a qualquer velhacaria de quem controla as chaves de algum cofre público, são punidos com a penitência de fazerem tudo "por amor a arte". Mas, na verdade, o que é mais lógico, resultará em câmaras povoadas por asseclas, lacaios e demais agregados das casas grandes, sempre prontos a realizar as vontades políticas dos seus senhores.
Enquanto isso, meliantes podem roubar tranquilamente R$200 milhões de casas legislativas de estados com mais de 7 milhões de habitantes tranquilamente porque para eles a lei só funciona para beneficiá-los, seja quando a fabricam seja quando delas se beneficiam. Assim como legislativos maiores, representantes de uns 190 milhões de habitantes, podem tranquilamente dispor de zilhões em forma de emendas parlamentares, usando uma parcela disso para transformar suas obrigações em favores à população; e outra parcela em auto recompensa para si e para o executor do favor. Claro que há exceções. Muitas. Cada vez mais. Todavia, aquele número cifrado por Lula e versejado por Herbert Viana continua muito presente no dia-a-dia do legislativo. Em qualquer nível, e não apenas nos que funcionam em cidades com menos de 40 mil habitantes.
Aliás, nesses reside claramente o mal menor. Principalmente quando são confrontados com aqueles integrados por membros da "primeira classe", oriundos de lugares em que um mega bandido pratica uma série de assaltos, que somam uns R$80 bilhões, mas, quando a polícia tenta botar as mãos em alguns dos cúmplices, que mascaram suas bandidagens exercendo outras profissões, surge essa turma para tirar o ganho da vereança de rincões, ao mesmo tempo que garantem a impunidade do bandidão e de seus comparsas. É o ethos tucano desnudando-se à luz do dia diante do povo brasileiro.

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