O preço da decisão lorótica

Tem tudo pra custar muito caro a Simão Lorota a manobra do ainda presidente da Alepa, Manoel Pioneiro, de deixar para o ano que vem a eleição que escolherá seu sucessor. De cara, já veio o recado pemedebista, maior interessado na eleição já, de que sem a referida escolha obedecendo o rito dos últimos pleitos, sempre realizados em dezembro, também não haverá aprovação do orçamento para 2013 e muito menos a revisão do Plano Plurianual.
A consequência imediata desse contrataque pemedebista é deixar Lorota refém da Assembléia Legislativa, toda vez que necessitar adicionar créditos a determinada programação orçamentária, pois terá que trabalhar com os números do orçamento deste ano, além de ficar imobilizado em relação a algumas ações que queria implementar a partir dos empréstimos conseguidos junto ao BNDES que, por não constarem do PPA, ficam inviabilizadas sem a tal revisão.
Assim, a árdua defesa de um racha entre PMDB e PSDB, feita pela 'Imundície Liberal' na sua edição de ontem/hoje, não é assim tão sem consequências negativas para o governo tucano. Significará o isolamento político do governador com a perda do apoio daquele segmento responsável pelas duas eleições de Simão, foi assim contra Maria do Carmo, em 2002, e foi assim contra Ana Júlia, em 2010, com nada indicando que a vitória tucana às prefeituras de Belém, Ananindeua e Santarém signifique sua alforria política em relação ao peso pemedebista.
Também, essa arrogância midiática da 'Imundície Liberal', na vã crença de que blinda Lorota de prováveis bombardeios da mídia barbálhica, é algo altamente duvidoso. Certamente, a já combalida aprovação popular do governador seria definitivamente arrasada, caso submetida aos achaques popularescos dos programas de grande penetração nos estratos mais humildes da população da rádio e da televisão de Jader Barbalho. Pior ainda se o papelucho maiorânico contratacar com figuras antipáticas e ignoradas como Amarilis Tupiassu, Adolf Hitler/Linomar Bahia e outros cretinos que desfiam suas pachorras direitistas em cima do leitor.
De tudo isso, Lorota está literalmente careca de saber. O problema é que já foi longe demais no esticar a corda da disputa pela presidência da Alepa. Um recuo acintoso, agora, significaria a admissão de que terá futuramente de ceder a todos os caprichos barbálhicos e Simão não é um suicida. Resta, então, a alternativa da derrota do candidato oficial e a consequente vitória do pemedebista Martinho Carmona, algo que aplacaria a ira(sempre circunstancial) pemedebista e pavimentaria o caminho da reaproximação. E ambos viveriam felizes para sempre, até 2014. parece.