A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) vota hoje (29) uma resolução que propõe a concessão do status de Estado observador à Palestina. O status
permite que os palestinos opinem, mas sem direito a voto, e, segundo
especialistas, abre espaço para as discussões sobre a criação de um
Estado independente. A resolução, porém, divide opiniões. A União
Europeia está fragmentada.
Os Estados Unidos e Israel buscam aliados na campanha contrária à
resolução. O governo brasileiro é um dos copatrocinadores da proposta em
favor da Palestina. Para ajudar nas articulações, o emissário do Brasil
para o Oriente Médio mais a Turquia e o Irã, embaixador Cesário
Melantonio Neto, foi para Nova York. A União Europeia não deverá
apresentar uma posição comum.
A proposta é considerada aprovada se obtiver a maioria dos votos. Não
há direito a veto. A delegação da Palestina intensificou as negociações
nos últimos dias e espera conseguir o apoio de, no mínimo, 140 dos 193
países que integram a Assembleia Geral das Nações Unidas. Porém, as
articulações são cercadas de cuidados para evitar retaliações
financeiras ou diplomáticas.
A União Europeia não conseguiu chegar a uma posição comum. A
delegação de Portugal vai votar a favor, assim como os embaixadores da
França, Espanha, Dinamarca, Noruega e Áustria. As delegações do Reino
Unido e da Alemanha indicaram que vão se abster.
Hanan Ashraui, um dos representantes da delegação da Palestina, disse que, uma vez aprovado o status, a prioridade será a busca pela reconciliação na região da Faixa de Gaza. Segundo ele, não há a expectativa de que o status modifique a situação atual, envolvendo o cerco israelense, mas é uma sinalização de avanço.
(Agência Brasil)
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