Em 2000, Marco Aurélio Mello concedeu habeas corpus a Salvatore Cacciola, que era seu vizinho no condomínio Golden Green na Barra da Tijuca e, dias depois, fugiu do Brasil. “Uma coincidência”, disse o ministro, que também já foi criticado pelos laços estreitos com o ex-senador Luiz Estevão, o primeiro a ser cassado na história da República. Ontem, ele definiu a era Lula como “fosso moral”, antes de punir a "quadrilha dos 13"247 – Num dos votos mais marcados pelo forte conteúdo político em toda a história do Supremo Tribunal Federal, o ministro Marco Aurélio Mello ontem falou na quadrilha dos 13, comparou o Partido dos Trabalhadores à máfia italiana e lembrou um discurso em que citou o “fosso moral” da era Lula. Mas o próprio Marco Aurélio já esteve envolido em várias polêmicas, como foi apontado em reportagem da revista Época em 2000. A mais citada de todas foi a concessão de habeas corpus ao seu vizinho Salvatore Cacciola que, acusado de causar um rombo de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos, que, dias depois, fugiu do Brasil e só foi recapturado muito mais tarde, quando decidiu jogar num cassino em Mônaco.
Leia, abaixo, reportagem da revista Época de 2000 sobre as polêmicas de Marco Aurélio Mello, que era vizinho de Cacciola:
Controvérsia na Corte
Decisões de Marco Aurélio de Mello o transformam no mais polêmico entre os juízes do Supremo Tribunal Federal
Marco Aurélio de Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal, tem um apartamento no Golden Green, condomínio cinco-estrelas na Barra da Tijuca. Piscinas, quadras de tênis, pistas de corrida, ciclovia e um campo de golfe de 60 mil metros quadrados tornam o empreendimento um dos mais valorizados do Rio de Janeiro. O lugar ganhou notoriedade por abrigar inquilinos conhecidos. Um deles é Salvatore Cacciola, dono do extinto Banco Marka, acusado de provocar um rombo de R$ 1,6 bilhão nos cofres públicos.
Decisões de Marco Aurélio de Mello o transformam no mais polêmico entre os juízes do Supremo Tribunal Federal
Marco Aurélio de Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal, tem um apartamento no Golden Green, condomínio cinco-estrelas na Barra da Tijuca. Piscinas, quadras de tênis, pistas de corrida, ciclovia e um campo de golfe de 60 mil metros quadrados tornam o empreendimento um dos mais valorizados do Rio de Janeiro. O lugar ganhou notoriedade por abrigar inquilinos conhecidos. Um deles é Salvatore Cacciola, dono do extinto Banco Marka, acusado de provocar um rombo de R$ 1,6 bilhão nos cofres públicos.
Há duas semanas, o ministro decidiu a sorte do vizinho. No dia 14 de julho, valendo-se das prerrogativas de presidente interino do STF, Marco Aurélio determinou a libertação de Cacciola, preso havia cinco semanas. A sentença foi revogada cinco dias depois, quando o ministro Carlos Velloso reassumiu a presidência. Era o tempo de que Cacciola precisava para fugir do país. “Foi apenas uma coincidência”, diz Marco Aurélio. “Meu apartamento ainda está em obras e nunca encontrei Cacciola.” A sentença juntou-se à lista de decisões controvertidas que dão colorido ao currículo do ministro.
Há quase nove meses uma liminar concedida por Marco Aurélio impede o Tribunal de Contas da União de tentar a recuperação dos R$ 169 milhões desviados da construção do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. O ministro atendeu a um pedido da Incal, empreiteira responsável pela obra. Outra decisão proibiu o Ministério Público de São Paulo de investigar os laços que unem a Incal ao Grupo OK, do ex-senador Luiz Estevão. Amigo da família de Estevão, o magistrado define como “social” o convívio entre ambos. “É preciso examinar com cuidado sentenças contra a investigação de desvio de verbas públicas”, afirma o senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
Na quinta-feira 27, a Associação dos Magistrados Brasileiros divulgou nota em defesa de Marco Aurélio. “Atacar a figura de um magistrado que chegou ao mais alto degrau do Judiciário em nada contribui para o fortalecimento da democracia”, diz o documento. Quem critica o ministro invoca mais antecedentes. Em 1996, ele inocentou um adulto acusado de estupro por manter relações sexuais com uma garota de 12 anos. Entendeu que não houve violência porque a menina concordara em fazer sexo. “Nos dias de hoje, não há crianças, mas moças de 12 anos”, justificou.
Sucessivas divergências com seus pares na Suprema Corte lhe renderam o apelido de “senhor Voto Vencido”. O governo encara com desconforto um ministro que, por ter concedido liminares, ajudou a paralisar votações importantes no Congresso, como a reforma da Previdência, ou operações relevantes para o Planalto, como a privatização do Banespa.
Advogado formado em 1973, tornou-se procurador na Justiça trabalhista dois anos depois. Em 1978, foi nomeado juiz. Levou apenas três anos para virar ministro do Tribunal Superior do Trabalho. Chegou ao Supremo em 1990, aos 43 anos, nomeado pelo primo e presidente Fernando Collor de Mello. Em maio de 2001, Marco Aurélio assumirá a presidência do STF, o cargo mais importante do Judiciário brasileiro.
Supersticioso, programa posses e eventos importantes para o dia 13. É casado com a juíza federal Sandra de Santis. Há dois anos, foi ela quem subiu à ribalta com uma decisão polêmica: rebaixou de assassinato para “lesão corporal seguida de morte” a acusação contra quatro jovens da classe média de Brasília que atearam fogo ao corpo do índio Galdino dos Santos.
Em fevereiro, o STF concedeu aos juízes auxílio-moradia de R$ 3 mil mensais, a pretexto de abortar a greve dos magistrados por aumento de salário. Entre os 11 integrantes do STF, dez abriram mão da verba extra. Marco Aurélio decidiu embolsá-la, embora não tenha problemas de moradia. Sua casa em Brasília soma 419 metros quadrados de área construída. Em outubro passado, vendeu o apartamento funcional de 523 metros quadrados a que tinha direito como ministro do STF. Foi um grande negócio. Em 1991, comprou o imóvel do Supremo por US$ 267 mil. Pagou 10% de entrada e financiou o restante. Oito anos depois, vendeu-o por R$ 900 mil, equivalentes então a US$ 452 mil – à vista. Com o dinheiro, bancou parte do R$ 1,25 milhão desembolsado pelo apartamento no Golden Green.
Um comentário:
Igualmente é um "fosso moral " que separa Edmilson do Zenaldudu. Ontem no debate da Record, Zenaldudu teve um "piti" quando se falou do Instituto Helena Coutinho. Ele repetiu com todas as letras que NÂO RECEBIA VERBAS PÙBLICAS. Pois é. Mentira tem pernas curtas. No DOEPA de 04.10.12, pág 05 caderno 06, o Promotor de Justiça de Tutela das Fundações e Entidades de Interesse Social, Falência e Recuperação Judicial e Extra Judicial da Comarca de Belém, Dr. Rodier Barata Ataíde, está notificando a Senhora Rene Nazaré Miranda responsável legal pelo Instituto do Zenaldudu a prestar contas até o dia 30.10.12, das verbas Tanto PÚBLICAS, diga-se convênio ALEPA, no valor de R$25.000,00 quanto outras doações particulares, referentes ao ano-calendário 2011.O interessante disso tudo é que esta mesma Senhora também é responsável legal do Instituto de Capacitação Gerando Oportunidades,cujo dono é o Deputado Chicão. Este mesmo Instituto, está sendo notificado através de sua representante legal, a já referida Senhora, para na mesma data apresentar sua prestação de contas no valor de R$25.000,00, atraves de convênio firmado coma ALEPA.Como podemos ver, é uma mistura danada de Institutos com a mesma representante legal. O Cerne da questão é apenas uma: Zenaldo é um grande mentiroso.
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