Muita calma nessa hora!

Com todo o respeito que merecem as lideranças locais do meu partido(PT), penso que foi precipitada essa brusca declaração de apoio ao candidato psolista Edmilson Rodrigues. Penso, também, que não há como tomar o caminho da opção pelo outro candidato, de resto, integrante do mais reacionário partido de oposição ao projeto petista, sempre indo às últimas consequências para barrar conquistas históricas da sociedade brasileira como Bolsa-família, que o senador tucano Álvaro Dias chamou de 'bolsa-vagabundagem'; contra as cotas nas universidades; contra o PAC, que até o próprio candidato tucano nega existir, obviamente escudado na ocultação dos resultados daquele programa pela imprensa facciosa e venal; contra o ProUni, que garantiu acesso á universidade para milhões de jovens oriundos das classes mais baixas, enfim, até aqui, quando Zenaldo fala na má administração de Belém nos últimos dezesseis anos ele expõe sua verdadeira contrariedade com programas de alcance social implantados pela administração petista nos oito anos anteriores a hecatombe D. Costa e dá a certeza de que não passam de oportunismo eleitoreiro seus elogios a programas do goerno federal como o "Minha Casa, Minha Vida", posto que, se fosse sincero, já teria tido alguma iniciativa para sensibilizar o governador loroteiro do seu partido a adotar o referido programa.
Então, não há a mínima chance de ao menos pensar-se em apoio ao tucano, cria do regime militar, diga-se, e membro de um partido ávido para reimplantar o neoliberalismo em nosso país, repita-se. No entanto, não é prudente essa adesão açodada, diante do comportamento da tropa psolista desde sua fundação, fazendo oposição raivosa e intermitente ao nosso projeto de governo, muitas vezes sem ao menos medir o constrangimento a que foi submetido ao tomar certas iniciativas ao lado da direita mais reacionária, cerrando fileiras ao junto com o golpismo de plantão, conforme pudemos constatar quando o senador Randolphe Rodrigues foi ao Ministério Público denunciar Lula, junto com notórios golpistas, porque este teria abordado o ministro do STF, Gilmar Mendes, tentando retardar o julgamento da AP Nº470(mensalão).
Só pra refrescar a memória, a única testemunha do encontro, o ex-ministro Nelson Jobim, negou enfaticamente a abordagem. Depois, o MP enviou dois ofícios a Mendes solicitando que confirmasse a denúncia. Ambos ficaram sem resposta, levando a investigação ao arquivamento  e os denunciantes à desmoralização .
A ira com que o partido de Ed comportou-se durante o governo Ana, e depois a forma igualmente furibunda com que declarou sua opção pela nulidade dos votos de sua militância, poupando o tucano e guardando seus adjetivos mais desabonadores para a companheira Ana Júlia, deveria ser objeto não de toma lá dá cá, mas, de uma necessária pactuação pública que os fizesse refletir a respeito da oposição sistemática  contra conquistas sociais verificadas nos governos Lula e Dilma.
Do jeito precipitado e sem qualquer tratativa política que se tenha conhecimento ter sido operada, tal declaração de opção, mais parece adesismo de quem se acha à deriva e incapaz de recolocar o Partido dos Trabalhadores de Belém e do Pará no mapa político do partido, igual aos tempos em que Lula nunca deixava de nos dar uma força. Nessas eleições, Lula subiu no palanque da senadora Vanessa Grazziotim, em Manaus. Mas não quis conversa com Belém. Por que será?