O "doente"

No fascículo 6, da Revista Caros Amigos, a respeito da ditadura militar no Brasil, tem a narração do seguinte episódio;
"O ministro da Educação de Médici, Jarbas Passarinho, conseguiu a nomeação do amigo Fernando Guilhon para governador do Pará, seu estado. Queria também emplacar Ronaldo Passarinho como secretário de governo. Acontece que o SNI botou um sinal vermelho no nome. Ronaldo é sobrinho dileto de Passarinho, filho de uma irmã dileta, tratado como filho.
Passarinho passa por cima do chefe do SNI, general Carls Alberto Fontoura, vai direto ao chefe. Conta o general Otávio Costa, então assessor especial de Relações Públicas, que, enquanto Passarinho fazia a defesa do sobrinho, Médici lhe cravava os olhos azuis gelados. Incomodado, Passarinho percebe a "imprudência", desculpa-se, diz que vai falar com o general Fontoura, ao que Médici atalha:
"Passarinho, você trouxe o problema ao presidente. Não posso mais ignorá-lo. Vou estudar o dossiê e, se concluir que o SNI não tem razão, o rapaz será liberado. Mas, se eu chegar à conclusão de que há alguma coisa procedente contra o rapaz, você vai 'adoecer' seu sobrinho e ele declinará do convite."
Relata o general: o rapaz 'adoeceu'."
Até hoje não se tem notícia da cura.