Coronelismo e autoritarismo

Mais ou menos quatro mil pessoas foram às ruas de Ipixuna do Pará protestar contra a cassação, feita pelo TRE, do mandato do prefeito da cidade legitimamente eleito. Esse contingente representa cerca de 10% do total da população da cidade. O prefeito ainda estava no cargo, por força de liminar, expedida pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, que remeteu novamente os autos do processo ao TRE, que novamente cassou o mandato do prefeito a pouco mais de seis meses do seu término.
Apesar da multidão que protestava contra essa violência travestida de decisão judicial, a manifestação foi considerada pela mídia barbálhica como "baderna", essa uma expressão recorrente na boca dos milicos golpistas de 64, toda vez que manifestações populares dessa natureza os contrariava.
Barbalho, o dono do papelucho que exumou a expressão golpista, até era considerado por segmentos incautos da inteligentsia local como democrata. Bastou assumir o governo do estado, em 1982, e a PM sob seu comando baixar a porrada em dois padres franceses que protestavam contra o derrame de dinheiro público em uma usina particular de processamento de cana de açúcar falida, bem como matar um gatilheiro que combatia a grilagem de forma romântica, em Viseu, por sinal, município onde Barbalho era acusado de grilagem, que acabou-se o encanto e o outrora festejado novo governador apareceu na plenitude de sua "velhice" política, dotado de todas as mazelas que caracterizam um autêntico coronel de barranco. Sua mídia é sua imagem e semelhança. Logo...