O eco da canalhice

Como não poderia deixar de ser, O Liberal mancheteia o julgamento do processo que a corja midiática alcunhou de "mensalão", previsto para ser concluido em agosto. E não deixou por menos, ao fazer eco à gangue nacional classificando esse como "um dos maiores casos de corrupção do país."
Não é. É caso típico de caixa 2. Apropriação de recursos "excedentes", por parte de uma minoria, ocultados da prestação de contas enviada ao tribunal eleitoral. É grave, é crime e por isso os responsáveis devem ser julgados e os comprovadamente culpados punidos. Porém, recebendo a sentença prevista na legislação, jamais aquela que a depravada imprensa tupiniquim aleatoriamente especula, de forma torpe, para depois tentar inocular um sentimento de frustração à população, sugerindo vivermos tempos de corrupção e impunidade. São os comparsas do Arruda, do Demóstenes e dos gangsters que fazem a 'Veja Bandida' vibrando sorrateiramente sua vingança.
Agora, para ser coerente, deveria O Liberal citar "A Privataria Tucana", do jornalista Amaury Ribeiro Jr; deveria criar vergonha na cara e citar a Lista de Furnas; as maracutais do Roboanel de São Paulo, fatos criminosamente ocultados de suas páginas. E até o escândalo da Cerpasa, aqui no Pará, quando o governo tucano, em troca de financiamento espúrio para a campanha de Simão, em 2002, e contando com a conivência "liberal", perdoou dívidas da Cerpasa e ainda concedeu-lhe incentivos fiscais, um assalto que custou aos cofres públicos quase o dobro do que está contabilizado no tal processo do 'mansalão', trambique felizmente barrado pelo STF.
Mas, que esperar de um panfleto direitista, que virou complexo midiático graças ao vergonhoso papel que desempenhou durante os anos de chumbo da história do Brasil, fazendo-se porta-voz daqueles governos ilegítimos e dos fascistas que comandavam o golpe aqui, sendo regiamente recompensado, por isso hoje ostenta o resultado dessa relação promíscua.
Que a justiça seja feita. E o desfecho desse processo não seja apenas o termo de uma ação, mas, o pontapé inicial para que se faça uma varredura na ladroagem que nos assola, pegando os gatunos onde quer que estejam homiziados: na mídia, exercendo funções públicas em quaisquer dos poderes, na iniciativa privada, enfim, é hora de pegar toda a documentação disponível, esfregar nas fuças dos larápios e bradar, 'teje preso'!