Demóstenes ao tucupi

Com o prazo de quinze dias, concedido pela Primeira Vara da Fazenda de Belém, para que os onze denunciados pelo Ministério Público do Pará apresentem suas defesas das acusações de fraudes em licitações e malversação do dinheiro da Alepa, dentre esses o senador Mário Couto, assistimos dois dos mais furiosos oposicionistas do Senado Federal deixarem o ataque para preocupar-se com suas defesas, pois estão na incômoda posição de terem sido flagrados gritando, pega ladrão! com o produto do assalto em suas mãos.
Por ter dado à sua atuação um ar de seriedade, Demóstenes Torres parece bem mais encrencado; já Couto, nunca levado a sério, ainda tem o beneplácito de ver seu caso restrito aos muros estaduais.
No entanto, é bom lembrar que tramita no Conselho de Ética do Senado uma representação contra Couto, feita pela direção do Partido dos Trabalhadores, a partir justamente dos fatos referentes à sua atuação quando presidente do legislativo paraense. Portanto, basta apenas a bancada petista acionar aquela comissão instando-a, por exemplo, a acompanhar a tramitação do processo em tela, para que a situação do Couto fique igual a de Demóstenes.