A taxa de desemprego disparou no quarto trimestre para os 14 por cento, face aos 12,4 por cento observados no trimestre anterior, com o número de desempregados a ultrapassar os 770 mil, divulgou hoje o INE.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, a taxa de desemprego aumentou assim, em termos trimestrais, 1,6 pontos percentuais, ficando acima das estimativas dos economistas contactados pela agência Lusa que apontavam para que situasse entre os 13 e os 13,5 por cento.
A taxa de desemprego média anual situou-se nos 12,7 por cento, acima da estimativa do Governo inscrita no relatório do Orçamento do Estado para 2012 e da estimativa da 'troika' (de 12,5 e 12,4 por cento, respetivamente).
Entre setembro e dezembro, o INE contabilizou 771 mil desempregados, o que representa um acréscimo trimestral de 2,4 por cento (mais 81,4 mil pessoas).
Os números do INE não comparam períodos homólogos, uma vez que a metodologia utilizada para o cálculo da taxa de desemprego foi recentemente alterada pelo INE.
No entanto, no quarto trimestre de 2010, a taxa de desemprego fixou-se nos 11,4 por cento, tendo a média anual para o conjunto do ano chegado aos 10,8 por cento.
Os números observados no final do ano passado atingem níveis absolutamente históricos, num contexto de subidas da taxa de desemprego em Portugal desde 2008, altura em que se situava nos 7,3 por cento, o equivalente a 409,9 mil desempregados.
Segundo o INE, para a variação da população desempregada no quarto trimestre contribuiu nomeadamente o aumento do número de homens desempregados (50,7 mil) que explicou 62,3 por cento da variação ocorrida no desemprego total.
O número de mulheres desempregadas aumentou menos (30,6 mil). O número de desempregados dos 25 aos 34 anos e do desemprego jovem (15 a 24 anos) contribuiu também para a subida da taxa de desemprego, num total de 54,1 mil pessoas.
O número de desempregados à procura de novo emprego registou um aumento (76,8 mil), explicando 94,3 por cento da variação ocorrida no desemprego total, tendo origem essencialmente no setor dos serviços (44,1 mil).
O aumento do número de desempregados à procura de novo emprego há mais de 12 meses, que abrangeu 49,1 mil pessoas, explicou por sua vez 60,3 por cento da variação ocorrida no desemprego total.
De acordo com os dados do INE, a população empregada no final de 2011 era de 4,7 milhões de pessoas, com um decréscimo trimestral de 2,4 por cento (menos 118,3 mil pessoas).
(Expresso)
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