É assim que está a SEDES(Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social), pois o prédio onde funcionava(Pedro Miranda c/ Angustura) foi desativado e o novo(na Avenida gov. José Malcher c/ Almirante Wandenkolk) ainda está em obras.
Resultado: funcionários submetidos a prolongado regime de férias forçadas e políticas como o cadastramento do Bolsa-Família, atendimento aos hansenianos, entre outras, sabe-se lá a quantas e por onde andam. Não importa, ao cabo de quatro anos Simão mandará imprimir um luxuoso relatório de atividades com os trabalhos desenvolvidos por seu secretariado, ocasião em que tomaremos conhecimento do espetacular trabalho desenvolvido pela SEDES de 2011 a 2014. Patético!
3 comentários:
DOMINGO, 12 DE FEVEREIRO DE 2012
Um escabroso crime contra os direitos humanos: um campo de concentração chamado de “hospital”.
O hospício do filme “Um Estranho no Ninho” mais parece um SPA perto do hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, localizado no Complexo Penitenciário de Americano, no estado do Pará.
Pra começo de conversa, o hospital atende ao dobro de pacientes pra que tem capacidade. E, por incrível que pareça, não conta nem sequer com um médico permanente.
Não há acompanhamento sistemático da saúde mental desses pacientes e os medicamentos que recebem estão, por vezes, com a validade vencida.
Há suicídios e homicídios dentro do hospital, que, na prática, se transformou em prisão perpétua.
Nem crises epilépticas recebem tratamento adequado.
Os “prontuários” são improvisados em pedaços recortados de caixas de papelão.
No Centro de Reeducação Feminina de Americano a situação não é diferente.
Falta até absorvente higiênico, modess, para as detentas.
Não há berçário na penitenciária e pelo menos uma mãe só teve o filho nos braços ao dar à luz.
Há esgoto a céu aberto, proliferação de ratos e insetos e fezes de pombos escorrem pelas paredes.
Foi essa a situação desumana, estarrecedora, que o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública flagraram, durante a inspeção realizada em 12 de janeiro deste ano, nesses dois locais.
A Perereca publicou, ontem, release enviado pela Assessoria de Comunicação do Ministério Público Federal e hoje foi ler o relatório anexado à matéria.
Recomendo vivamente a leitura dessas impressionantes páginas de terror.
O link está aqui:
http://bit.ly/wyOLJx
O relatório de inspeção será encaminhado ao Ministério Público Estadual, Superintendência do Sistema Penal (Susipe) e Vara das Execuções Penais.
Agora, é esperar pra ver qual será a desculpa esfarrapada do Governo do Estado para uma situação tão absurda, tão irresponsável, tão hedionda.
Um verdadeiro crime contra direitos elementares do ser humano, das mulheres, das pessoas que sofrem com problemas mentais. Algo que deveria ser até denunciado em tribunais internacionais.
Um crime que atinge até mesmo recém-nascidos, que não têm direito à amamentação e ao carinho da mãe – um direito básico!
E o que é que o governador Simão Jatene vai dizer? Que isso é culpa de sua antecessora? Mas um ano depois de ter assumido o Governo?!!!
Cadê a Secretaria Nacional de Direitos Humanos? Cadê a ONU? Cadê a Justiça?
Será que vamos permitir a existência de um verdadeiro campo de concentração dentro de um País democrático?
Desde quando um cidadão, só porque ocupa o governo, pode pisotear dessa forma a Constituição brasileira?
Desde quando seres humanos, mulheres, doentes podem ser tratados que nem bicho - e tudo ficar impune?
E o que é que Jatene vai dizer? Que não sabia de nada? – novamente?!!!
Mas o que é, então, que ele anda a fazer no Palácio dos Despachos?
Tá certo que o Estado é uma máquina enorme, monstruosa; não dá pra saber tudo.
Mas não há inspeções periódicas nesses locais, controle das secretarias, um sistema mínimo de informações para o mandatário? Mas que diabo de “governo” é esse, então?
A sociedade brasileira não pode ficar calada diante do horror a que estão a ser submetidas essas pessoas, sob pena de nos tornarmos cúmplices desse crime.
São seres humanos, pessoas que foram presas, que estão sob a guarda do Estado. Não são bichos. E ainda que fossem bichos, como imaginar tratá-las de maneira tão brutal?
É preciso exigir o desmonte desse campo de concentração chamado de “hospital” e a humanização das condições carcerárias em Americano.
E cobrar: ou Simão Jatene se dispõe a governar, ou que pegue a sua viola e vá cantar em outro lugar.
FUUUUUIIIIIIII!!!!!!
DOMINGO, 12 DE FEVEREIRO DE 2012
Um escabroso crime contra os direitos humanos: um campo de concentração chamado de “hospital”.
O hospício do filme “Um Estranho no Ninho” mais parece um SPA perto do hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, localizado no Complexo Penitenciário de Americano, no estado do Pará.
Pra começo de conversa, o hospital atende ao dobro de pacientes pra que tem capacidade. E, por incrível que pareça, não conta nem sequer com um médico permanente.
Não há acompanhamento sistemático da saúde mental desses pacientes e os medicamentos que recebem estão, por vezes, com a validade vencida.
Há suicídios e homicídios dentro do hospital, que, na prática, se transformou em prisão perpétua.
Nem crises epilépticas recebem tratamento adequado.
Os “prontuários” são improvisados em pedaços recortados de caixas de papelão.
No Centro de Reeducação Feminina de Americano a situação não é diferente.
Falta até absorvente higiênico, modess, para as detentas.
Não há berçário na penitenciária e pelo menos uma mãe só teve o filho nos braços ao dar à luz.
Há esgoto a céu aberto, proliferação de ratos e insetos e fezes de pombos escorrem pelas paredes.
Foi essa a situação desumana, estarrecedora, que o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública flagraram, durante a inspeção realizada em 12 de janeiro deste ano, nesses dois locais.
A Perereca publicou, ontem, release enviado pela Assessoria de Comunicação do Ministério Público Federal e hoje foi ler o relatório anexado à matéria.
Recomendo vivamente a leitura dessas impressionantes páginas de terror.
O link está aqui:
http://bit.ly/wyOLJx
O relatório de inspeção será encaminhado ao Ministério Público Estadual, Superintendência do Sistema Penal (Susipe) e Vara das Execuções Penais.
Agora, é esperar pra ver qual será a desculpa esfarrapada do Governo do Estado para uma situação tão absurda, tão irresponsável, tão hedionda.
Um verdadeiro crime contra direitos elementares do ser humano, das mulheres, das pessoas que sofrem com problemas mentais. Algo que deveria ser até denunciado em tribunais internacionais.
Um crime que atinge até mesmo recém-nascidos, que não têm direito à amamentação e ao carinho da mãe – um direito básico!
E o que é que o governador Simão Jatene vai dizer? Que isso é culpa de sua antecessora? Mas um ano depois de ter assumido o Governo?!!!
Cadê a Secretaria Nacional de Direitos Humanos? Cadê a ONU? Cadê a Justiça?
Será que vamos permitir a existência de um verdadeiro campo de concentração dentro de um País democrático?
Desde quando um cidadão, só porque ocupa o governo, pode pisotear dessa forma a Constituição brasileira?
Desde quando seres humanos, mulheres, doentes podem ser tratados que nem bicho - e tudo ficar impune?
E o que é que Jatene vai dizer? Que não sabia de nada? – novamente?!!!
Mas o que é, então, que ele anda a fazer no Palácio dos Despachos?
Tá certo que o Estado é uma máquina enorme, monstruosa; não dá pra saber tudo.
Mas não há inspeções periódicas nesses locais, controle das secretarias, um sistema mínimo de informações para o mandatário? Mas que diabo de “governo” é esse, então?
A sociedade brasileira não pode ficar calada diante do horror a que estão a ser submetidas essas pessoas, sob pena de nos tornarmos cúmplices desse crime.
São seres humanos, pessoas que foram presas, que estão sob a guarda do Estado. Não são bichos. E ainda que fossem bichos, como imaginar tratá-las de maneira tão brutal?
É preciso exigir o desmonte desse campo de concentração chamado de “hospital” e a humanização das condições carcerárias em Americano.
E cobrar: ou Simão Jatene se dispõe a governar, ou que pegue a sua viola e vá cantar em outro lugar.
FUUUUUIIIIIIII!!!!!!
SEGUNDA-FEIRA, 13 DE FEVEREIRO DE 2012
Uma Corrente de Cidadania contra um campo de concentração existente no estado do Pará.
A quem serve o silêncio da imprensa? À sociedade? Aos cidadãos? Aos que sofrem? Ou apenas e tão somente às violências que se cometem contra o nosso povo?
Que é de um povo, de um estado, de um país, sem liberdade de imprensa?
E desde quando o dinheiro dos cidadãos pode ser usado para amordaçar a imprensa, a ferir de morte o princípio constitucional da Publicidade?
O silêncio ensurdecedor da imprensa paraense em relação ao crime bárbaro cometido contra os pacientes do hospital de custódia do Complexo Penitenciário de Americano é algo que aterroriza e atordoa (leia a postagem anterior).
Aquele hospital é nada mais nada menos do que um campo de concentração, um campo de tortura.
Sim, tortura.
Porque aqueles doentes, entregues à própria sorte, sem acompanhamento médico, sem um tratamento adequado e até a receber remédios com a validade vencida – vejam só! – devem experimentar uma dor atroz. Tanto que alguns chegam até a se matar.
E como não recebem um tratamento adequado, nunca poderão deixar aquele inferno. São, talvez, os únicos presos em prisão perpétua do Brasil.
É por isso que este blog quer fazer um pedido aos leitores, das profundezas do coração desta blogueira: vamos formar uma grande corrente, uma Corrente de Cidadania, para obrigar o Governo do Estado a agir; para obrigar o desmonte daquele campo de concentração.
Ontem e hoje, enviei emails denunciando o fato à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, à rede Conecta de direitos humanos, às comissões de Direitos Humanos e de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, à Associação Brasileira de Psiquiatria, à Pastoral Carcerária, à Corregedoria do CNJ, à SDDH, à Comissão de Direitos Humanos da Alepa, à Avaaz e à Comissão ou Departamento (não me lembro) de Direitos Humanos da ONU.
O CNJ respondeu que encaminhou o caso ao Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e das Medidas Socioeducativas ( DMF), para análise e resposta.
A Avaaz, que realiza abaixo assinados mundo afora, ficou de encaminhá-lo, como sugestão, apesar da agenda apertada, à equipe responsável pelas campanhas da entidade.
Mas é preciso que você, leitor, também se mobilize: pegue a cópia desse relatório de inspeção (o link está no blog e creio que também no site do MPF) e encaminhe esse documento para todas as pessoas, entidades e autoridades que você conheça.
Não precisa citar a Perereca, não: encaminhe o documento. E peça que essas pessoas, entidades e autoridades ajudem como puderem a pressionar o Governo do Estado a fazer cessar tamanha brutalidade.
É preciso romper a muralha de silêncio erguida pelos milhões da propaganda em torno desse crime.
Mas só vamos conseguir isso juntos – você e eu; os cidadãos, a sociedade.
Você, leitor, é fundamental nessa batalha contra aquele horror.
Doe dez minutos de seu tempo, para informar, por email, todas as pessoas que você conhece.
Seja a voz daqueles cidadãos que não têm como reivindicar o direito a um tratamento digno, humano.
Sei que nem deveria agir assim, já que sou jornalista. Mas não vou me omitir simplesmente por causa de uma profissão.
Nenhum de nós pode se omitir, leitor. Nenhum de nós.
É isso aí.
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