"O terminal hidroviário que funciona nos armazéns da CDP, em plena capital, é uma calamidade. O povo é tratado como gado e na chegada e saída a balbúrdia impera, em meio ao transporte alternativo, táxis, ambulantes, ônibus e carretas.
O governo do Estado construiu, na gestão passada, a primeira etapa do Terminal Hidroviário Metropolitano de Belém, na rodovia Arthur Bernardes, em área de 60 mil metros quadrados, no antigo estaleiro da Enasa. O projeto inclui estação de passageiros e cargas, em ambientes climatizados, com escadas e esteiras rolantes, mix de lojas, restaurantes, lanchonetes, doçarias, fraldário e caixas eletrônicos de bancos 24 horas, destinado a atender toda a região metropolitana, em rotas para o Amapá, Amazonas e Marajó, além do oeste do Pará. Mas, desde janeiro de 2011, está abandonado. As obras não tiveram continuidade e as instalações estão se deteriorando, o que significa dinheiro público literalmente jogado fora. Merece apuração das responsabilidades pelo TCE-PA, CGU, TCU, MPE-PA e também do MPF-PA, uma vez que sua execução conta com recursos federais, oriundos de emendas parlamentares ao orçamento geral da União, e financiamento da Caixa Econômica Federal.
O terminal foi projetado para atender três embarcações de até mil passageiros simultaneamente, ou de uma única vez até duas mil pessoas, oferecendo no embarque/desembarque som ambiente, com informações periódicas dos horários de saídas e chegadas de embarcações, e sala de estar com 88 assentos, esteiras rolantes para bagagens com espaços adaptados para o acondicionamento de bagagens de mão nas embarcações, além do funcionamento do Juizado da Infância, Delegacia Fluvial e da Companhia Independente de Policiamento Fluvial.
A demanda, só em Manaus, é de 14 mil passageiros anuais; em Santarém, 9 mil passageiros/ano; Macapá, 18 mil passageiros/ano e Salvaterra 18 mil passageiros anuais.
No local, há um sítio histórico - ruínas da Igreja de Pedra, do antigo Convento do Una, fundado pelos frades capuchinhos de Santo Antônio no século XVII, e um galpão inglês – previsto para ser restaurado e transformado no Centro Cultural Casa das Pedras. Na área verde já existente, o projeto incluiu espaços de contemplação e leitura, playground, muro de contenção com guarda-corpo para pequenas caminhadas, píer em concreto para pesca amadora e quiosques de sorvetes e lanches.
Para escoar os usuários do terminal, deveria ser construída uma estação de passageiros para ônibus, encaixada em uma passarela coberta até a área de embarque/desembarque, embaixo de um pórtico com guarita de controle, com ciclovia do lado direito da passarela, do lado esquerdo o sistema viário de entrada e saída de veículos e o acesso dos Bombeiros, levando também ao mix de lojas.
O governador Simão Jatene deveria urgentemente retomar essa importante obra e acrescentar alguns benefícios, como um Centro de Atendimento ao Cidadão, para expedição de documentos civis. E viabilizar uma nova via de acesso ao Terminal, aproveitando a margem do Conjunto Providência, que já foi inclusive negociada com a Marinha na gestão passada, a fim de interligar com a Transmangueirão.
Desde a elaboração do Plano Integrado de Transporte, em 2000, é sabido que a Região Metropolitana de Belém necessita, ainda, de mais duas estações hidroviárias, uma alfandegada, para o transporte internacional, que deveria ser construída a partir da adaptação dos galpões 9 e 10 do Porto da CDP, em Belém, e outra na orla do rio Guamá."
Esse oportuno apelo, feito pela sempre competente jornalista Franssinete Florenzano em seu blog, adquire um tom de dramaticidade ao desnudar o estado de pasmaceira do atual governador, que não consegue fugir da obsessiva mesmice do cartão postal e desdenha de obra tão fundamental para a mobilidade urbana com condições minimamente dignas.
Pior, como bem demonstra Franssinete, o abandono daquele terminal hidroviário significa um dos maiores crimes contra a administração pública na medida em que sua deterioração resultará em um dos maiores desperdícios de recursos públicos e a perda da oportunidade de consolidar o transporte articulado entre o rodoviário e o fluvial, com grandes possibilidades de eliminação de alguns gargalos, além de proporcionar a possibilidade de redução do número de ônibus e alternativos em uma área sempre complicada.
Se nada for feito urgentemente, Simão entra para a história não como governantes que fez essa ou aquela obra, mas, tristemente, como o que destruiu equipamentos públicos construidos por outros governantes simplesmente pelo patológico exercício de seu narcisismo. Depois reclamam da ação sorrateira do tartúfico D. Costa.
Um comentário:
Bom dia Jorge!
Depois dessa postagem algum integrante do governo Jatene ou seu pau mandado vão dizer o seguinte: "Ali não tem condições de ser um porto hidrovoiário,pois tem um sítio arqueológico... e um navio afundado que impede a atracação de embarcações..." Pura balela, pura FRESCURA do Paulo Cupim!
Na verdade o que ocorre com essa grande obra deixada, praticamente pronta, pela Governadora Ana Júlia, é o jogo político dos medíocres tucanos que não se conformam com a realização deste serviço, em benefício do povo, pelo governo petista.
Jorge e leitores, o idiota, imbecil e afrescalhado do Paulo Cupim quer fazer um parque no espaço em questão,tanto que se vocês forem olhar o PPA atual,vão encontrar a previsão de aproximadamente R$8.000.000,00, isso mesmo,oito milhões de reais para adequar ao "PARQUE VERDE".
Elaborei emendas a peça orçamentária no intuito de destinar esses recursos para ações prioritárias e de atendimento às demandas do povo mais necessitado, mas sabem o que aconteceu? Os deputados da base aliada(com orientação e comando do Jatene)rejeitaram as emendas, preferindo satisfazer o ego do CUPIM e de colocar como sempre, as necessidades do povo em último plano.
Romerson Rodrigues
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