Cidadania aviltada

Já se tornou normal a sociedade pagar o pato por evntuais atos de incompetência de agentes públicos ou privados, quando se trata de bem servir a sociedade. Assim, se há um surto de dengue, vem a prefeitura e sugere que a culpa é da população, entre outros motivos, por armazenar água em recipientes, embora o orgão municipal SAAEB, responsável pelo abastecimento de parte da água que serve a cidade, trate os munícipes como camelos e a COSANPA já tenha incorporado em seu calendário uma falta dágua todo final de semana; se a PMB atrasa a coleta do lixo, a culpa é da população que despeja seus resíduos na rua, se não há lixeiras adequadas o cleptoalcaide declara que foi a população que deu sumiço nelas.
Agora são os supermercadistas que, para não cumprir a lei que proíbe o uso de sacolas plásticas para embalar compras, transfere à população a responsabilidade pela aplicação da mesma. Como? Em que momento o povo foi chamado a opinar para que se consolidasse esse tipo de embalagem, agora condenada pelo seu alto poder de poluição?
Tá na cara que não passa de enrolação com o intuito de descumprir a lei, aliás, como já faz esse setor no tocante à legislação trabalhista, Código do Consumidor e algumas outras. Resta à sociedade organizada recorrer às mídias sociais e promover uma grande mobilização em favor da citada lei e aos supermercadistas investir uma ínfima parcela de seus fabulosos lucros na prestação de um serviço decente, do ponto de vista do consumidor, bem como adequado as novas exigências ambientais mundialmente pactuadas.