A partir de segunda-feira, o preço do chuchu não será mais monitorado pelo IBGE para calcular a inflação oficial do país. Tampouco as mensalidades dos supletivos e o preço da autoescola.
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), usado pelo governo para determinar a meta de inflação, começa o ano de cara nova, o que provocará também mudanças no resultado da inflação.
Quando foi anunciada, no fim de novembro, a nova estrutura do IPCA provocou uma onda de revisões das estimativas para a inflação em 2012. Todas para baixo.
O banco Itaú, por exemplo, cortou de 5,75% para 5,25% a inflação prevista para o ano que vem, só devido à mudança nesse retrato.
Ainda de acordo com o banco, com a alteração, já em março a inflação em 12 meses deverá voltar ao patamar dos 5%, o que não é visto desde janeiro de 2011. Até novembro, a inflação está em 6,64%.
A atualização do IPCA pretende refletir novos hábitos de consumo do brasileiro.
Itens que estão com preços em alta acabaram perdendo importância no cálculo. Educação e serviço de empregada doméstica, que subiram no último ano 8% e 11% respectivamente, encolheram.
Já produtos com preços em baixa ganharam importância, como eletroeletrônicos e automóveis, que nos últimos 12 meses ficaram 3,95% e 2,69% mais baratos.
Entre 2008 e 2009, o IBGE verificou que as famílias estão gastando menos com empregada doméstica. Por outro lado, passaram a consumir mais salmão, DVDs e celulares com internet.
Desde 1979, o índice que mede a inflação mudou cinco vezes. Há 30 anos, o IBGE monitorava o preço da lenha, há 20 anos, havia itens como ozonizador e videocassete.
Na inflação de 2012, serão monitorados os preços de 365 itens. Antes, eram 384. Desde 2006, o IBGE concentra esforços em produtos presentes na maior parte das casas do país. Daí a saída do chope e do bacalhau do índice de preços, com consumo mais localizado em algumas capitais.
SÃO PAULO ENCOLHE
Mudanças também ocorrem regionalmente. A dispersão da atividade e da renda para outras cidades fez encolher a participação de São Paulo na inflação nacional.
A maior cidade do país é ainda a mais importante, mas sua contribuição para o índice de preços nacional recuou de 33% para 31%. Há 15 anos, sua fatia era 36%.
Rio de Janeiro, Porto Alegre e Fortaleza também perderam peso. As demais sete capitais onde há coleta de informações ganharam peso, com destaque para Recife (de 4,1% para 5,05%) e Goiânia (de 3,7% para 4,4%).
(Aposentado Invocado)
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