Em 2000, quando o governo(tucano) do estado apostou todas as suas fichas no populismo de Duciomar Costa para apear da prefeitura o PT, eis que aparece Jader Barbalho e declara apoio ao candidato petista, provocando nesses uma euforia incontida já que se tratava de um pleito disputadíssimo e de resultado imprevisível. Barbalho, claro, não tomou esse posicionamento por alguma simpatia ao petismo, até então oculta. Fez porque tinha sido derrotado dois anos antes, na eleição para o governo, por Almir Gabriel e este estava cooptando os sub-chefes barbálhicos, cuja fidelidade infinita era como o amor para o poetinha: só enquanto durasse, daí migrarem para o tucanato Bira Barbosa, Mario Couto, Nicias Ribeiro, dentre tantos outros.
Então, visando deter a sangria e reequilibrar o jogo, Barbalho apostou na vitória do PT e ainda amoleceu muitos daqueles coraçõezinhos duros que, em suas recorrentes análises de conjuntura, viam nele o pior inimigo político do petismo. E, diga-se, não só amoleceu como cacifou-se para operar, em 2002, um lance de jogador ousado, típico do talento do lendário Doc Holliday.
Ao ver a candidata pemedebista, Elcione Barbalho, em terceiro lugar na disputa pelas duas vagas ao Senado Federal, resolveu colher a simpatia plantada dois anos antes ao propor a retirada do segundo nome da chapa de esquerda, do saudoso Neuton Miranda, bem como a redação urgente, por parte daqueles partidos, de uma nota de apoio ao nome de Elcione como forma de reverter a derrota da pemedebista para Duciomar, apoiado pelos tucanos.
A aquiescência da jogada barbálhica rachou o campo da esquerda, Ana Júlia, a favorita na disputa, não concordou porque sabia que tinha alguns votos como segunda opção da chapa de D. Costa, porém, consta que dirigentes petistas concordaram e redigiram a tal nota. Só que tardiamente, segundo avaliação de Jader, não dando tempo de Elcione reverter a derrota que, de fato, veio a consolidar-se e Dudu ficou com a segunda vaga.
A propósito, foi esse vacilo petista a razão alegada por Jader para apoiar Simão no 2º turno da eleição para o governo do estado, fundamental para que o tucano derrotasse por estreita margem a petista Maria do Carmo.
Oito anos depois, Barbalho recorreu à mesma jogada e a direção petista, mais uma vez, aquiesceu e lançou apenas um candidato, na vã esperança da formação de uma dobradinha informal entre Jader e Paulo Rocha, que o resultado desmentiu peremptoriamente ao exibir um resultado que coloca a dobradinha Jader/Flexa não só como vencedora, mas como sufragada nos quatro cantos do estado, confirmando o que o cenário exibia. A família Barbalho abandonou a campanha petista, foi para a oposição a Ana Júlia e Dilma, mesmo com Helder fazendo formalmente parte da coordenação da candidata petista à presidência, e mesmo com o vice da chapa sendo o pemedebista Michel Temer.
Repetido em 2010 o erro de 2002, neste ano Ana Júlia teria perdido uns 300 mil votos só com a manifestação da dobradinha de urgência, assim como é pouco provável que Barbalho apoiasse Maria contra seu ex-servidor Simão, assistimos agora Barbalho dizer que chegou ao Senado pela vontade do povo. Não deixa de ter razão dentro daquilo que acha ser a essência da democracia(segundo ele, esta faz-se com votos). Ao evitar que o PT lançasse um segundo candidato, evitou que o petista Paulo Rocha tivesse os votos necessários para superá-lo e pode fazer triunfar sua concepção populista de democracia. Mesmo que tenha ocultado dessa moeda a face "não votos", ingenuamente aceita pelos petistas na dobradinha que não aconteceu.
3 comentários:
ahahahahahhahahhahhehehhehehehe. ficaste doido, barbudo? A cachaça tá te fazendo mal. isso é alucinação, delirium tremens.
Meus parabéns pela ANÁLISE grande Jorge Amorim,apesar de um apaixonado pr ti(dizem por aí um trapezista escrotal) tentar lhe desqualificar.Eu como nunca votei neste SAFARDANA sempre que pude em reuniões do PT,dizia que lembrassem da fábula do escorpião com a rã.
Não existe comida gratis ainda mais do JB 7 anos
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