A farra com o dinheiro público. Um ano de Simão Lorota

Todos lembram que Simão Lorota assumiu o governo, no início deste ano, sob o signo da contradição entre o que dizia e o que realizava. Enquanto alarmava a população com números assustadores, uma hora tinha em caixa R$800 milhões, mas despesas de R$977 milhões; outra hora, tinha em caixa R$850 milhões e uma despesa de R$920 milhões. O tal factóide deu origem a um decreto tão bombástico quanto farsante, ao contingenciar uma série de despesas miúdas, como se isto fosse o supra sumo da moralidade, pantomima desmentida pela prática sistemática ao longo dos meses seguintes, como se pode constatar com a criação de inúmeras despesas com sua entourage.
Criou o cargo de Assessor Especial III; aumentou seu salário e dos seus secretários em mais de 60%; omitiu-se criminosamente a respeito da onda de assaltos cometidos na Alepa, deixando o erário sangrar, enquanto fazia cara de austeridade; recriou as famigeradas secretarias especiais, repletas de novos cabides para acomodar áulicos; permitiu que a Cosanpa, da qual o Estado é acionista majoritário, aumentasse o salário de seus diretores em mais de 60%; triplicou o valor da locação dos carros que fazem o policiamento ostensivo nas ruas e admitiu para o governo despesas que, até o governo passado, eram de responsabilidade da locadora; desapropriou uma clínica particular por um preço de fazer até o clepto alcaide D. Costa corar de vergonha e sentir-se absolvido por aquela tentativa de assalto a quando da desapropriação da Clínica Zohgbi. Só economizou quando foi para transgredir a lei ao não pagar o Piso Nacional dos Professores e quando enrolou diversas categorias, retirando da pauta dos trabalhos da Alepa os planos de carreira de algumas categorias. Ah... e quando reduziu à metade o valor da Bolsa-Trabalho.
Passado o surto de austeridade de fancaria, volta o bom velhinho da barbicha branca à gastança usual, quando se trata de agradar setores que lhe podem ser úteis ou vassalos a quem deve ter prometido algo. Assim, a Alepa criou, ontem, mais 111 cargos de DAS na estrutura do TJE e ainda concedeu 27,78% de reajuste ao conjunto destes naquele tribunal. Lembrando que os mesmos já haviam sido aquinhoados com 8% na data-base da categoria, em maio último. Evidentemente, o "presente" lorótico não é extensivo aos demais cargos, ou seja, aqueles que são conhecidos como os do andar de baixo.
Criou a Secretaria Estadual de Turismo, pedido antigo do "Cara de Paisagem" Adenauer Góes, finalmente atendido pelo bom velhinho do Palácio dos Despachos. Até aqui ainda não temos a conta do tamanho do cabide desse armário do empreguismo tucano, talvez os deputados de oposição divulguem, já que nossa dócil mídia provavelmente silenciará a respeito do fato, afinal, há milhõe$ de motivos para esse silêncio.