Na pág. S4 do Estadão deste sábado, Antonio Gonçalves Filho trata do lançamento do livro “Ruth Cardoso, Obra Reunida”, organizado por Teresa Caldeira, para a Editora Mameluco.
Gonçalves transcreve trecho da biografia da antropóloga, “Fragmentos de uma Vida”, de Ignácio de Loyola Brandão:
“Ruth, certo dia, afirmou publicamente não entender como o marido se aliava a um político como ACM, figura que trazia todos os vícios do autoritarismo e da prepotência da ditadura”.
Na seção (imperdível) “Rosa dos Ventos”, na pág. 18 da Carta Capital que chega às bancas neste fim de semana, Mauricio Dias trata das “duas faces de FHC”.
(Duas, Mauricio ?, perguntaria D. Ruth.)
“O ex-presidente alveja o PT pelos pecados que ele cometeu.”
Dias se refere à cruzada anticorrupção, o último osso do baú do intelectual do Farol de Alexandria.
Ele é contra a corrupção.
O que o aproxima muito do ACM, ao contrário do que pensava a D. Ruth.
Um dos momentos mais altos da carreira de ACM foi fazer, na ante-véspera da queda de Jango, um discurso na Câmara Federal para denunciar a corrupção no regime janguista.
(Nada que se comparasse, por exemplo, ao legado carlista, especialmente no Judiciário.)
FHC agora deu para dizer que a corrupção no Governo dele era passageira e no Governo petista é “sistêmica”, define Dias.
Dias recorda o “mensalão mineiro”, o pai de todos os mensalões e a matriz do business-plan do Marcos Valério, depois turbinado pelo Daniel Dantas, quando comandante da Brasil Telecom (por delegação de FHC – e ACM !).
(Quem “descobriu” o Daniel para o FHC ? ACM, baiano como Dantas.)
Mauricio Dias se lembra de Ricardo Sérgio de Oliveira, operador de Sergio Motta, o trator que passou pela re-eleição de FHC com um caminhão de dinheiro.
Dias conclui:
“… como bandeira da eleição, (a corrupção) foi um fracasso. Lula foi reeleito em 2006, derrotando o tucano Alckmin e Dilma superou o tucano Serra em 2010” – e vai superá-lo, de novo, em 2014.
“O eleitor virou as costas para a ética ? Não. Talvez tenha apenas percebido que, por hipocrisia, a oposição levou a luta política para o campo de ética.”
Bingo
-Paulo Henrique Amorim
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