O tom futriquento

Independente de ser válida ou não, a decisão da desembargadora Nazaré Saavedra, de reintegrar aos irmãos Maiorana a posse de uma área de 62ha. no Outeiro, é somente dela no cumprimento de suas funções de desembargadora. Por isso, a manchete de hoje da Futrica Barbálhica(Diário do Pará) acusando os supostos proprietários da área de expulsar os ocupantes faz parte de um tipo de manipulação jornalística que já se tornou rotineiro e denota o péssimo hábito de considerar os leitores como imbecis.
Até como linguagem figurada o citado uso não se sustenta no caso na medida em que não há fatos que justifiquem a afirmação. Não que essa possibilidade inexista, são conhecidas algumas decisões judiciais que passaram ao largo da análise estritamente jurídica e resvalaram para o embasamento nas convivções pessoais do julgador, para dizer o mínimo. Mas, infelizmente, o jornal não se deu o trabalho de investigar essa possibilidade, restringindo-se apenas à tarefa de desancar desafetos.
É o triunfo definitivo do jornalismo ReXPa: aos aliados um texto benevolente; aos desafetos a execração. Quanto aos fatos, danem-se esses. Há sempre uma versão fast food preparada com os ingredientes mais pesados a fim de iludir incautos. Não alimenta, mas empanturra que é uma beleza. Lamentável!