A justiça que absolveu Seffer é a mesma que condena a greve dos professores e, surda à subtração governamental dos seus suados e parcos vencimentos, ainda os obriga a pagar R$10 mil por dia, em caso de desobediência. É justiça de classe, que irmana a toga ao colarinho branco e esgota todos os caminhos de seus labirintos por onde frequentemente acabam escapando de condenações os chamados bem nascidos.
Mas, por outro lado, é sempre implacável com aqueles que antes do julgamento já foram expostos à execração pública e que não contam com defesa juridicamente sofisticada que os ajude protelar suas condenações. Para esses, resta apenas uma mal disfarçada homenagem que o vício presta à virtude, muito bem lembrada nos versos de Rui Guerra e Chico Buarque, embora sempre transpareça que a mão cega executa aquilo que jamais o coração perdoará na medida em que, junto com a sentença bruta, vem o ódio de classe. Credo!
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